Livro infantil ‘Leila’ fala de abuso sexual com as crianças

Ao contar a história de uma baleia que sofre assédio, o livro reforça a importância do combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes

Da redação Publicado em 22.05.2019
Ilustração preto e branco de uma baleia com cabelo e um olhar triste. Em sua volta um polvo seguindo-a. Na ilustração, o seguinte texto: Barão sussurou uma frase que assombrou Leila: Minha pequena vou nadar com você. Ela não queria companhia alguma, porém continuo em silêncio. Barão a seguiu
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Resumo

Ao contar a história de uma baleia que sofre assédio, o livro "Leila", de Tino Freitas e Thais Beltrame, reforça a importância do combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

O dia 18 de maio é o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Não por acaso, a data foi escolhida para o lançamento da mais nova obra da literatura infantil a desdobrar o tema. O livro “Leila”, de autoria de Tino Freitas (texto) e Thais Beltrame (ilustrações), publicado pela Abacatte Editorial, toca no assunto de maneira incisiva, mas sem afugentar os leitores e mediadores de leitura desta conversa tão importante para o desenvolvimento saudável das crianças. No site da editora, o livro é indicado para leitores fluentes, a partir dos dez anos.

 Capa do Livro “Leila”, de autoria de Tino Freitas (texto) e Thais Beltrame(ilustrações), com a imagem de um caramujo com a capa azul

Na história, Leila é um filhote de baleia jubarte que vive assombrada pelo assédio de seu vizinho, o Barão. Amedrontada, ela se cala diante dele e de suas atitudes repressoras. Em uma das cenas, Barão corta os longos cabelos de Leila, afirmando que o fez porque ele preferia assim. “Leila, sufocada, permaneceu muda. Petrificada. Uma estátua feita de pavor e angústia. Mergulhada numa tristeza profunda”, diz o livro. Até que um dia, ela encontra a sua voz para se libertar do constrangimento e do medo.

A trajetória de Leila mergulha nas emoções da protagonista, aborda com delicadeza os sentimentos que acompanham a vítima do abuso sexual e convida as crianças para uma jornada de autodescoberta e busca por justiça e respeito.

Para a sorte dos pais, professores e educadores que muitas vezes têm receio de abordar o tema sem assustar os alunos e as famílias, esta não é a primeira vez que um livro de literatura infantil e/ou juvenil se debruça sobre a pauta do assédio sexual contra crianças e adolescentes. Os livros “Não me toca, seu boboca”, e “Pipo e Fifi”, dos quais já falamos aqui, são outros exemplos de como iniciar essa conversa sensível com os pequenos. Apesar de não ser uma tarefa fácil, é fundamental garantir uma educação que não ignore os fatos sobre o foco de maior incidência da violência sexual infantil no Brasil. Segundo a Childhood Brasil, a maior ocorrência de abusos sexuais no país acontece dentro de casa.

A cada uma hora, quatro crianças são abusadas sexualmente Um relatório da Childhood sobre violência sexual na infância publicado em setembro de 2016 revela que, entre 2012 e 2015, foram registrados mais de 157 mil casos de violência sexual (que engloba tanto a exploração quanto o abuso) de crianças e adolescentes. Isso significa que, a cada uma hora, há pelo menos quatro casos de uma criança ou adolescente sexualmente violentada no Brasil. Dados do Disque 100 apontam que, apenas em 2017, foram feitas mais de 20 mil denúncias desse tipo no serviço. Em âmbito nacional, o Ministério dos Direitos Humanos (MDH) é o órgão responsável pela coordenação das ações de combate a essas violações.

Para saber mais sobre o livro “Leila”, clique aqui.

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