Mais leitores mirins, menos leitores brasileiros

Conheça os dados mais recentes da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil que refletem o importante espaço da literatura durante a infância

Da redação Publicado em 25.09.2020
Imagem de um menino negro lendo um livro, segurando-o bem em frente ao rosto, de modo que só seus olhos aparecem nesta foto.
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Resumo

A mais recente pesquisa Retratos da Leitura no Brasil revela que crianças e jovens são os que mais leem por prazer no país.

A pesquisaRetratos da Leitura no Brasil” busca conhecer o perfil e os hábitos de leitura dos brasileiros. Realizada entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, a sua quinta edição registrou que a população leitora é de 52%, considerando-se 193 milhões de pessoas com cinco anos ou mais – esse percentual já variou entre 50 e 56% durante a série histórica. É considerado leitor aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses.

Apesar da queda de cerca de 4,6 milhões de leitores no país, a pesquisa revelou o aumento de crianças entre cinco e 10 anos que se declaram leitoras e dizem gostar de ler. Essa foi a única faixa etária que registrou aumento. Entre as possíveis explicações estão o maior investimento das famílias na mediação da leitura com os filhos quando soma-se mãe e pai, e a expressiva influência de professores no despertar do interesse pela leitura e na indicação de um livro para a faixa etária de cinco a 17 anos.

Resultados da ‘Retratos de Leitura no Brasil’

Embora seja determinante o papel da escola em contribuir para a formação de leitores mais autônomos, dinâmicos e interativos, esse desempenho tem diminuído ao longo de todo o período de escolarização, sobretudo no ensino superior, que teve o percentual de quem se declara leitor reduzido de 82% para 68%.

Entre leitores de livros de literatura, predominam aqueles com cinco a 29 anos, o que pode estar associado a práticas escolares incapazes de formar leitores permanentes. Também diminuiu o número de leitores de literatura que leem livros motivados pelo universo escolar – predomina a escolha movida pelo prazer (gosto, distração etc.) em oposição a razões utilitárias (demandas escolares, profissionais etc.).

Em relação às classes sociais, proporcionalmente, as classes A e B leem mais. Mas, quando se olha para o número absoluto de quantas pessoas há em cada estrato, é maior a quantidade de leitores nas classes mais baixas. O dado de que 27 milhões de brasileiros das classes C, D e E consomem livros reforça uma ideia: livros não são “produtos da elite”. Apesar disso, o preço segue sendo um dos principais fatores de decisão na hora de escolher e comprar um livro.

A pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” é uma iniciativa do Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural. Nesta edição, foram 8 mil entrevistas aplicadas pelo Ibope, abarcando quase todas as capitais brasileiras, com margem de erro de 1%.

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