Jogo on-line incentiva as crianças a se fazerem ouvidas

“Pedras no caminho da participação” nasce do desejo da juventude de ter seus direitos respeitados

Eduarda Ramos Publicado em 08.12.2021 Atualizado em 08.01.2023
Na foto, três adolescentes sorriem enquanto mostram a tela de um celular, que mostra um jogo.
OUVIR

Resumo

Criado por um grupo de jovens, o jogo on-line “Pedras no caminho da participação” incentiva a reflexão sobre os direitos à participação cidadã desde a infância.

Que atire a primeira pedra quem nunca ouviu expressões como “isso é coisa de adulto” ou “jovem não tem opinião”. Por uma infância plena, com direitos reconhecidos e uma voz ativa, adolescentes da Rede não bata, eduque criaram o jogo “Pedras no caminho da participação”, em 2019, após uma formação com um grupo de educadores para falar sobre a importância da participação jovem e os desafios encontrados neste caminho.

Agora, o jogo ganha uma nova versão on-line, com download gratuito disponível. Uma boa pedida para brincar tanto em família quanto em escolas, grupos comunitários e ONGs, incentivando a reflexão sobre a importância da participação juvenil.

Como jogar?

Escolha a Gabi ou o Tiago como avatar e inicie sua jornada!

O objetivo é retirar todas as pedras do caminho, a fim de garantir uma trajetória plena desde a infância e na juventude. Cada obstáculo carrega um problema que impede o acesso direto de crianças e  jovens até o destino final. Depois de resolver os problemas, ao fim da jornada, os participantes calculam seus pontos, sabem se estão por dentro do direito à participação e recebem indicações de como melhorar sua atuação no tema.

O jogo também conta com um guia de ideias, com conteúdos sobre participação infantil.

Mas afinal, o que é participação infantil?

“Onde eu mais sentia que invalidavam minha voz era em casa. Eu senti muita falta de atenção, de carinho, de ser escutada, e hoje eu quero que nenhuma criança passe por isso”, conta Maria Heloísa Pereira, de 18 anos. Ela comenta que frases como “não se mete em conversa de gente grande” ou “isso não é coisa pra criança” a incentivaram a criar o jogo, que pode ser aproveitado tanto por crianças e adolescentes quanto por adultos.

“Quando uma criança ou adolescente fala eles acham ‘fofo’ e acabam não prestando atenção”

Em nota, a educadora social Grasiela Araújo explica que “as crianças falam de um mundo adultocêntrico, que existe pautado em como os adultos enxergam o mundo”. Com isso, as ações da juventude nunca são vistas como genuínas e autônomas, mas sim de maneira romantizada, menosprezando o que eles pensam e sentem sobre o mundo ao redor.

E como os adultos podem auxiliar nessa missão? Para Israel Izael, a resposta é simples: “estando envolvidos nesse meio, escutando, apoiando, mas nunca nos excluindo”. Com 17 anos, o adolescente também participou do projeto, reforçando que “Pedras no caminho da participação” pode ser o primeiro passo para uma juventude respeitada, ouvida e, principalmente, cidadã.

Leia mais

 

Comunicar erro
Comentários 1 Comentários Mostrar comentários
REPORTAGENS RELACIONADAS