Infâncias plurais :: vídeo para crianças sobre ancestralidade

Publicado em: 04.08.2021
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Ancestralidade

Qual é a importância de se compreender o passado para viver o presente? As produções a seguir fazem uma reflexão sobre a ancestralidade e por que pensar sobre ela no contexto das infâncias.

Abaixo você encontrará uma coletânea com 2 vídeos sobre a temática para ver quantas vezes quiser. Divirta-se! Para mais informações sobre o projeto Infâncias Plurais, visite: www.lunetas.com.br/infâncias-plurais.

Eu vim de lá!

Wagner Aparecido Miguel - Pradópolis/SP

O videoclipe musical Eu vim de lá traz a força da ancestralidade inserida nas brincadeiras e nas vivências do cotidiano de crianças e adolescentes negros. “Em um mundo em que as realidades são tão distintas, vale frisar quem somos, de onde viemos e onde vivemos”, comenta Wagner Aparecido Miguel, responsável pela produção.

Imagens de crianças tocando violão, ajeitando o cabelo ou jogando bola, e de adolescentes tocando tambor e dançando com suas saias rodadas e os pés no chão, acompanham a música “Seio d’África”, da produtora cultural Annuar, que valoriza a negritude, as histórias e os trabalhos construídos por pessoas que impactam o seu entorno e o mundo com uma vida de resistência.

O interesse de Wagner pela área musical vem desde a infância, tendo se tornado membro da banda marcial do seu município de origem, Pradópolis, e responsável pelo ensino musical dos novos integrantes do grupo. Há algum tempo, ele assumiu uma participação total e efetiva no Ponto de Cultura Jovens Pesquisadores, projeto que busca fortalecer e apoiar crianças e adolescentes das áreas descentralizadas da cidade. Além disso, atua no Fulôs do Pé Vermelho, grupo percussivo de mulheres que também aborda temas como a luta racial e de gênero e o resgate da ancestralidade.

Seu maior desafio foi passar a mensagem de modo que todo o público infantojuvenil, envolvido ou não em projetos culturais, vindo ou não do seio da África, pudesse absorvê-la.

O objetivo em participar do Infâncias plurais  foi trocar conhecimentos com profissionais e especialistas de diferentes áreas. Segundo Wagner, a experiência o fortaleceu como pessoa e como educador, além de proporcionar uma bagagem única para a criação de um conteúdo audiovisual por aqueles que, assim como ele, “voltaram às suas infâncias para  entender como explicar o mundo em que vivemos de forma atualizada”.

https://bit.ly/infancias-plurais-ancestralidade-eu-vim-de-la

O sagrado futuro ancestral

Claudinéia de Souza Silva - Pradópolis/SP

“Tava durumindo, Cangoma me chamou / Tava durumindo, Cangoma me chamou / Disse: levanta, povo, cativeiro já acabou.” Em O sagrado futuro ancestral, uma criança desenha e cantarola a música criada pelos escravizados no Brasil, imortalizada na voz de Clementina de Jesus. Na sequência, ela vê fotos de sua família e dança o jongo. “Mostro um pouco das vivências de Maria Júlia, de 10 anos, que traz em seu cotidiano, com olhar e ouvidos atentos, as memórias e a força dos seus ancestrais”, conta Claudinéia de Souza Silva, autora da produção e mãe da menina.

A intenção é estar em conexão com a nossa história, saber de onde viemos e carregar a força e a sabedoria dos nossos antepassados que abrem caminhos para a compreensão de nós mesmos e da ancestralidade. “Para isso, é preciso ter um olhar para dentro, mas também saber olhar para trás.”

“Com este vídeo, quero que cada um olhe para si, para a sua criança, para o seu passado e o seu futuro e enxergue que todos nós seremos os ancestrais do amanhã, e que podemos deixar um legado de amor e respeito a toda a nossa diversidade”.

Foram inspiração para Claudinéia sua família e toda a bagagem de força e resistência que representa, assim como as vivências e oportunidades que teve no Ponto de Cultura Jovens Pesquisadores e no grupo Fulôs do Pé Vermelho, trabalhos que abordam as questões étnico-raciais por meio da cultura e da educação.

 

https://bit.ly/infancias-plurais-ancestralidade-o-sagrado-futuro-ancestral