Guia traz instruções de alimentação escolar durante pandemia

O guia aborda questões relacionadas à alimentação de crianças nas escolas em tempos de crise provocada pelo novo coronavírus

Da redação Publicado em 11.05.2020
Foto de uma menina segurando e olhando para um pote de frutas
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Resumo

Foi elaborado um guia para pressionar o poder público a garantir o direito à alimentação adequada no contexto da pandemia da Covid-19 e fazer com que os alimentos cheguem aos escolares.

Mais de 369 milhões de crianças no mundo não estão recebendo alimentação escolar por conta do fechamento das escolas adotado por muitos países durante a pandemia de coronavírus, segundo o Relatório Global de Crises Alimentares. O Brasil ocupa a segunda posição no ranking, com 40,1 milhões de crianças sem alimentação, atrás apenas da Índia (90,4 milhões). Para muitos desses alunos, a escola é a provedora da única refeição do dia.

A fim de garantir o direito humano à alimentação adequada, foi elaborado o guia “Alimentação Escolar no contexto da pandemia da Covid-19”, com orientações sobre o monitoramento da alimentação escolar em tempos de pandemia direcionadas a gestores, titulares de direito, e membros dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) e Segurança Alimentar e Nutricional e Educação.

Qualidade da alimentação escolar na pandemia

Entre as principais questões estão o redirecionamento de pelo menos 30% do total dos recursos financeiros de estados e municípios para a compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar (assentamentos da reforma agrária, comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas), bem como a observação da qualidade nutricional dos alimentos ofertados.

O objetivo é pressionar o poder público para que os alimentos cheguem aos alunos e às escolas responsáveis. Isso porque os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) já estão disponíveis, mas ainda são poucos os estados e municípios que fazem a devida distribuição.

O guia apresenta também boas experiências de implementação, a nível local e global; ações e notificações judiciais pela exigibilidade deste direito; legislação nacional e aspectos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE).

A publicação é uma parceria entre o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e o Movimento Sem Terra (MST).

Principais recomendações do “Guia Covid-19 – Alimentação Escolar”

  • Parceria com a rede socioassistencial local e a utilização de prédios públicos ou núcleos comunitários próximos às residências dos alunos para a distribuição de alimentos
  • Cuidados com a higienização das instalações, bem como de produtos, embalagens e gêneros alimentícios a serem distribuídos
  • Vigilância em relação à saúde dos envolvidos na manipulação e entrega dos alimentos, fornecendo equipamentos de proteção individual básicos
  • Adaptação de contratos existentes com fornecedores para viabilizar a distribuição individualizada de kits alimentares
  • Elaboração dos kits alimentares sob responsabilidade e supervisão da equipe de nutricionistas local, seguindo as determinações da legislação do PNAE em relação à qualidade nutricional e sanitária, respeitando os hábitos alimentares, a cultura e a compra de alimentos frescos e saudáveis da agricultura familiar
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