Em quais países as crianças acreditam mais no futuro?

Uma pesquisa com pessoas de 12 a 24 anos em países do mundo todo descobriu que crianças de países de baixa renda são mais otimistas sobre os rumos do mundo

Da redação Publicado em 02.10.2018
Menina coloca as mãos nos olhos, mirando para frente e para cima. O fundo é um céu azul, com algumas nuvens

Resumo

A pesquisa Goalkeepers Report revela que jovens de países e baixa renda ou média são os que possuem maior positividade em relação aos rumos do mundo.

A sensação de instabilidade em relação a uma projeção de futuro próspero marca o período eleitoral no Brasil. Porém, a Goalkeepers Report, uma pesquisa recém-encomendada pela Gates Foundation, – organização de impacto social mantida por Bill Gates – e realizada anualmente pela Global Youth Poll, mostra que as crianças conseguem conservar o otimismo mesmo em condições de miséria. A pesquisa teve a participação de 40 mil entrevistados de todas as idades.

O levantamento revela que jovens de países e baixa renda ou média são os que possuem maior positividade. Nos países menos favorecidos, 63% afirmam que sua geração terá mais impacto no mundo em comparação com a de seus pais ou cuidadores. O índice é de apenas 39% em países desenvolvidos.

Em países como Brasil, China, Índia, Indonésia, Quênia, México, Nigéria e Rússia dizem sentir-se otimistas sobre os rumos do mundo. Comparativamente com países desenvolvidos, como França, Alemanha, Suécia, Grã-Betanha e Austrália, o número cai pela metade. Nos EUA, o índice é de 63%.

O que isso significa?

O veículo norte-americano Fast Company, especializado em tecnologia e inovação, divulgou uma análise da pesquisa, e afirma que a primeira razão para esses dados é o fato de que a pobreza e a desigualdade em muitos dos países entrevistados tiveram uma redução considerável nos últimos anos. De acordo com a Fundação Bill e Melinda Gates, que acompanham o progresso mundial em relação aos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) estipulados pela ONU, o número de pessoas afetadas pela pobreza extrema caiu em mais de 1 bilhão de pessoas, em âmbito mundial.

A pesquisa da Gates Foundation avalia quais os efeitos psicológicos da melhora econômica nos países.

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Reprodução/nacoesunidas.org

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são compostos por 169 metas estipuladas pela Organização das Nações Unidas, e buscam concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas.

Na Índia, no Quênia e na Nigéria, por exemplo, mais de dois terços dos jovens acreditam que podem ajudar a influenciar o modo como seus países são governados. (Nos EUA, menos da metade de todos os jovens concordam com essa afirmação.

Os dados do relatório mostram que os governos, empresas e filantropos individuais em países de renda mais alta, em particular, provavelmente também deveriam fazer mais. Mais da metade das populações mais jovens e mais velhas na Austrália, na Grã-Bretanha e nos EUA desconheciam as metas de desenvolvimento sustentável.

“Expressamos nosso otimismo destacando algumas das recentes melhorias na condição humana – como o fato de que os avanços na medicina salvaram 50 milhões de vidas desde que começamos nossa fundação, em 2000”, afirma Bill Gates no texto de apresentação do levantamento.

Para quem quiser ler os dados na íntegra, a pesquisa Goalkeepers Report está disponível para download gratuito.

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