Férias: está aberta a temporada do ‘pai de selfie’, diz mãe

"Está aberta a temporada de exibição dele: o cara mais engraçadinho das galáxias"

Da redação Publicado em 18.12.2017

Resumo

Ele aparece na hora da diversão, deixa comer pizza todo dia, libera o tablet, e ainda posa de "paizão". Flavia Azevedo reflete sobre negligência paterna.

Flavia Azevedo, colunista do jornal Correio 24 Horas, da Bahia, escreveu um texto que, infelizmente, ainda gera pronta identificação em muitas mulheres. O assunto? Negligência paterna.

No texto, ela ressalta que, no período de férias escolares, a discrepância entre o papel de mãe e o papel de pai fica ainda mais evidente, graças a uma figura que muitas mães conhecem bem: o “pai de selfie”, aquele que vive das aparências de ser pai, mas sem cuidar ou educar.

“Está aberta a temporada de exibição dele: o cara mais engraçadinho das galáxias. Aquele que deixa dormir bem tarde (e sem escovar os dentes!), que libera o tablet por tempo indeterminado, que leva ao shopping dia sim e no outro também. Aquele para quem pizza é comida de todo dia, para quem refrigerante é água. O adulto que concorda: pra que tanto banho, afinal?”, escreve.

Flavia pondera como a responsabilidade pela integridade, saúde e rotina da criança muitas vezes recaem sobre as mães, ficando para os pais a tarefa de divertir e brincar. Segundo ela, é essa diferença que acaba levando a uma atitude permissiva dos pais que vilaniza as mães.

“Nas boas hipóteses (porque muitos nem isso fazem) o pai de selfie aparece nas férias e a performance é grandiloquente. Pode almoçar chocolate com linguiça? Siiimmmm!!! Abandonar o aparelho ortodôntico? Tambééémmmm!!! Maratonar desenho animado enquanto papai dorme no sofá? Claro, baby!!!! Precisa de protetor solar? Pra queeee??”, problematiza a jornalista.

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“Quem ama cuida. Sem cuidado, não há amor. De nenhum tipo, em qualquer relação”, reflete a colunista Flavia Azevedo em texto sobre negligência paterna.

  • Quando a mãe é vista como ‘a chata’ que só diz ‘nãos‘ – “Nesse universo todo de brilhos e bolhas, mamãe aparece em óbvia contraposição. Chata, cricri, superprotetora. É esse o compreensível raciocínio infantil. Ladainha fácil de repetir frequentemente estimulada por quem deveria explicar”

A reflexão da jornalista é que a responsabilidade é construída no dia a dia, e deve ser dividida de forma equilibrada para estabelecer uma relação saudável entre as crianças e os pais.

“Não é uma competição da habilidades recreativas por mais que ele encare assim. Trata-se de ser pai e mãe. E isso inclui lazer e cuidados. Quem fica só com o lazer, obviamente, não está cumprindo o papel. É meramente GO de resort, o cara da recreação. Difícil a criança entender. Desnecessário dizer com todas as letras porque isso machuca a criança. Pai também é patrimônio afetivo, mesmo os que nem mereciam ser. Basta que a gente saiba e siga na missão”, diz Flavia.

O texto passa pelos dilemas da mãe consciente que conhece bem o limite tênue entre enfrentar a realidade de um pai ausente e estimular a alienação parental.

“A depender de cada família, de como são as relações e necessidades das crianças, as férias escolares são, sim, osso duro de roer para as mães. O coração fica apertado, não dá pra não pensar. Quer ver que não é exagero? Pai de selfie dos filhos da minha amiga, interrompe tratamento de saúde de um deles e é certo o garoto baixar hospital. Aí ele some, claro. Ela cuida, mas não pode dizer que foi culpa dele. Não na frente dos meninos. Seria alienação parental”, reflete o texto.

Clique aqui para ler o texto completo.

 

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