Alunos criam pluviômetro com garrafas PET para monitorar chuvas

Experiência em escolas estaduais de São Paulo é pautada pela disciplina eletiva “Dados à prova d’água”, com conteúdos voltados ao meio ambiente e à cidadania

Porvir Publicado em 17.02.2022
Na imagem, um menino de pele clara segura um recipiente enquanto sorri. Outro menino joga uma garrafa PET no recipiente. Eles vestem uniformes na cor azul. A imagem possui intervenções de rabiscos coloridos.
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Resumo

Você sabia que é possível monitorar a chuva com materiais de fácil acesso? Na experiência “Dados à prova d’água”, estudantes fazem pluviômetro artesanal com garrafas PET e cuidam de suas comunidades em períodos de chuva.

Lugares com maior incidência de chuvas no período de verão sofrem diretamente com os impactos da crise climática, ainda mais quando o temporal é maior do que o esperado e as moradias estão construídas em áreas de risco. As previsões meteorológicas trazem uma média de chuva para uma cidade inteira, mas como saber se a quantidade de chuva traz risco à população de determinado espaço? É possível realizar monitoramento de chuvas com materiais de fácil acesso?

Com a eletiva “Dados à prova d’água”, desenvolvida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e pesquisadores da FGV em parceria com universidades do Reino Unido e Alemanha, oito capítulos sugerem atividades para serem aplicadas em sala de aula, com tópicos sobre ciência cidadã, riscos e desastres, alagamento, história da comunidade, entre outros. O parceiro Porvir selecionou experiências de oficina de pluviômetro artesanal baseadas nos conteúdos da eletiva, realizadas nas Escolas Estaduais Vicente Leporace e Professor Renato Braga, próximas à represa do Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. 

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Estudantes na confecção do pluviômetro

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Desenhos de cientistas feitos pelos estudantes na experiência de construção do pluviômetro

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Captura de tela do aplicativo "Dados à prova d'água"

Para fazer seu próprio pluviômetro, cada aluno utilizou uma garrafa PET de 2 litros (com paredes retas), uma régua de plástico, tesoura, estilete e fita adesiva, para fixação de pedras, pedregulhos, areia ou cimento. Além da confecção do “pluvipet”, os estudantes aprenderam a instalar e a monitorar o equipamento a partir de um aplicativo desenvolvido por Lívia Degrossi, pesquisadora da FGV. 

No aplicativo “Dados à prova d’água” (disponível gratuitamente para o sistema Android), é possível indicar em um mapa onde está chovendo (e a intensidade da chuva), se existe algum ponto de alagamento, se o local é transitável ou não, níveis da água em rios ou córregos, além dos dados pluviométricos recolhidos no diário do “pluvipet”. A plataforma oferece uma via de mão dupla para os interessados, visto que pode ser utilizado por quem fornece os dados e para quem precisa dos dados, como pesquisadores e profissionais da área.

A construção do “pluvipet” busca aumentar a autonomia e o conhecimento sobre o espaço em que se vive, tanto para estudantes quanto para a população do entorno escolar. Desafios como contornar a falta de letramento digital, aproximando as crianças da tecnologia, e desmistificar a ideia de que o fim de uma garrafa PET é apenas o lixo são algumas das questões trazidas pela experiência.

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