Experiência em escolas estaduais de São Paulo é pautada pela disciplina eletiva “Dados à prova d’água”, com conteúdos voltados ao meio ambiente e à cidadania
Você sabia que é possível monitorar a chuva com materiais de fácil acesso? Na experiência “Dados à prova d’água”, estudantes fazem pluviômetro artesanal com garrafas PET e cuidam de suas comunidades em períodos de chuva.
Lugares com maior incidência de chuvas no período de verão sofrem diretamente com os impactos da crise climática, ainda mais quando o temporal é maior do que o esperado e as moradias estão construídas em áreas de risco. As previsões meteorológicas trazem uma média de chuva para uma cidade inteira, mas como saber se a quantidade de chuva traz risco à população de determinado espaço? É possível realizar monitoramento de chuvas com materiais de fácil acesso?
Com a eletiva “Dados à prova d’água”, desenvolvida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e pesquisadores da FGV em parceria com universidades do Reino Unido e Alemanha, oito capítulos sugerem atividades para serem aplicadas em sala de aula, com tópicos sobre ciência cidadã, riscos e desastres, alagamento, história da comunidade, entre outros. O parceiro Porvir selecionou experiências de oficina de pluviômetro artesanal baseadas nos conteúdos da eletiva, realizadas nas Escolas Estaduais Vicente Leporace e Professor Renato Braga, próximas à represa do Guarapiranga, na zona sul de São Paulo.
Para fazer seu próprio pluviômetro, cada aluno utilizou uma garrafa PET de 2 litros (com paredes retas), uma régua de plástico, tesoura, estilete e fita adesiva, para fixação de pedras, pedregulhos, areia ou cimento. Além da confecção do “pluvipet”, os estudantes aprenderam a instalar e a monitorar o equipamento a partir de um aplicativo desenvolvido por Lívia Degrossi, pesquisadora da FGV.
A construção do “pluvipet” busca aumentar a autonomia e o conhecimento sobre o espaço em que se vive, tanto para estudantes quanto para a população do entorno escolar. Desafios como contornar a falta de letramento digital, aproximando as crianças da tecnologia, e desmistificar a ideia de que o fim de uma garrafa PET é apenas o lixo são algumas das questões trazidas pela experiência.
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No aplicativo “Dados à prova d’água” (disponível gratuitamente para o sistema Android), é possível indicar em um mapa onde está chovendo (e a intensidade da chuva), se existe algum ponto de alagamento, se o local é transitável ou não, níveis da água em rios ou córregos, além dos dados pluviométricos recolhidos no diário do “pluvipet”. A plataforma oferece uma via de mão dupla para os interessados, visto que pode ser utilizado por quem fornece os dados e para quem precisa dos dados, como pesquisadores e profissionais da área.