Eleição: Unicef lança 6 prioridades para infância e adolescência

No calor da corrida eleitoral, a instituição quer provocar cada eleitor a trazer temas de importância para o centro do debate

Da redação Publicado em 22.08.2018

Resumo

As propostas do Unicef a partir das seis prioridades elencadas é cobrar de cada candidato que coloque a infância e a adolescência como prioridade absoluta. Conheça quais são e ajude nessa mobilização.

Foi lançado nesta quarta-feira, 22, pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) o documento “Mais do que promessas: compromissos reais com a infância e a adolescência“. A iniciativa surge como um apelo da instituição para que os candidatos e candidatas à Presidência da República considerem os direitos e o bem-estar da criança e do adolescente como prioridade absoluta em suas propostas de governo.

O material, que será entregue aos 13 presidenciáveis e também aos 27 candidatos ao governo de cada Estado, a instituição elenca seis prioridades para a infância e adolescência no Brasil, e organiza iniciativas concretas para responder a cada uma das demandas.

Ao todo, o documento possui 27 páginas e já está disponível para download em pdf no site da organização. A partir da hashtag #maisque, o Unicef pretende espalhar a iniciativa pelo país afora. Durante o evento de lançamento da campanha nesta quarta-feira, os embaixadores Renato Aragão e Lázaro Ramos também discursaram sobre as prioridades estabelecidas.

“O debate político ainda não tem o nível que o brasileiro merece. O documento da Unicef contribui para que isso melhore. Precisamos convocar os nossos candidatos a assumir um compromisso com as crianças e os jovens”, afirmou o ator Lázaro Ramos.

“Várias propostas não são colocadas em pauta porque não dão voto”

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Divulgação/Unicef

O Unicef pede compromisso de candidatos e candidatas por melhores investimentos, políticas públicas e ações para alcançarem cada criança e adolescente no Brasil.

Como parte da campanha, o Unicef lança também a plataforma Mais Que Promessas, que convida toda a população a se engajar coletiva e individualmente pelos direitos da criança e do adolescente, não só observando de perto o que cada um propõe em seu plano de governo sobre estes temas, mas também para que façam cumprir na prática o seu discurso eleitoral. Por meio da plataforma, os eleitores podem fazer perguntas e comentários para seus candidatos.

Para participar, é só entrar no site da campanha Mais Que Promessas, clicar em Participar, depois em Enviar, e interagir com a iniciativa pelo Whatsapp. Por lá, serão enviadas alternativas de perguntas que cada um pode enviar aos presidenciáveis.

“Nas eleições de 2018, as mais variadas propostas políticas de como melhorar o País serão apresentadas. O Unicef convoca as candidatas e os candidatos a um compromisso público com a garantia dos direitos de cada criança e adolescente”, afirma Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.

“É preciso fazer mais por cada criança e cada adolescente. Convocamos candidatas e candidatos à Presidência do Brasil a colocar as meninas e os meninos no centro da agenda eleitoral”

Conheça as seis prioridades propostas do Unicef

  • Pobreza multidimensional

61% das crianças e dos adolescentes brasileiros vivem na pobreza, em suas múltiplas dimensões, o que inclui aqueles que sofrem ao menos uma privação de direitos fundamentais – educação de qualidade, acesso a informação, água segura, saneamento, moradia adequada e proteção contra violência – e os que vivem com uma renda insuficiente.

Superar a pobreza é MAIS QUE melhorar a renda: O Unicef propõe desenvolver políticas públicas multissetoriais, adaptadas às diferenças regionais e às necessidades dos grupos mais afetados pela pobreza multidimensional. Essas políticas têm de ser apoiadas por um orçamento integrado e dedicado às crianças e aos adolescentes.

  • Homicídios

31 crianças e adolescentes são assassinados a cada dia no Brasil. Desde 2012, adolescentes são proporcionalmente mais vítimas de homicídios do que a população em geral.

Reduzir a violência é MAIS QUE segurança pública: O Unicef ressalta a importância de se analisar as causas sociais da violência, garantir oportunidades de educação e emprego para os adolescentes mais vulneráveis e que os novos governantes se comprometam a pôr fim à impunidade e a investigar cada homicídio.

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Divulgação/Unicef

O Unicef defende que o enfrentamento da pobreza e das privações múltiplas na infância e
na adolescência deve ser prioridade nas demandas do eleitorado e nos
programas de candidatas e candidatos à próxima eleição.

  • Educação

2,8 milhões de crianças adolescentes de 4 a 17 anos estavam fora da escola em 2015. 7,2 milhões de meninas e meninos têm dois ou mais anos de atraso escolar.

Assegurar o direito à educação é MAIS QUE matricular na escola: O Unicef recomenda unir diferentes setores – Educação, Saúde e Assistência Social, entre outros – para ir atrás de quem está fora da escola, entender as causas da exclusão e tomar as medidas necessárias para integrar as crianças e os adolescentes à sala de aula e garantir as suas matrículas.

  • Saúde infantil

A taxa de mortalidade infantil cresceu 5,3% de 2015 a 2016 (de 13,3 para 14,0 a cada 1.000 nascidos vivos). De 2015 a 2017, a cobertura vacinal de poliomielite caiu de 95% para 78,5% e a da tríplice viral, de 96% para 85%.

Garantir a sobrevivência das crianças é MAIS QUE haver serviços de saúde: O Unicef demanda garantir a qualidade da atenção básica, no pré-natal, parto e  nascimento, a sensibilização de profissionais de saúde sobre a necessidade da imunização, a busca ativa de crianças não vacinadas e o apoio e a informação relevantes às famílias.

  • Nutrição

10% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos estão acima do peso para a idade e 30% das crianças indígenas são afetadas por desnutrição crônica.

Promover boa nutrição é MAIS QUE acesso a alimentos: O Unicef destaca que é fundamental incentivar a alimentação e os hábitos saudáveis, com destaque para as mudanças na regulamentação do setor de alimentos, bebidas e publicidade dirigida às crianças e investir em políticas específicas para reverter a desnutrição indígena.

  • Participação dos adolescentes

1,4 milhão de adolescentes de 16 e 17 anos tiraram título de eleitor para as eleições de 2018, isso são 230 mil a menos que para as eleições de 2014.

Participar da democracia é MAIS QUE votar aos 16 anos: O Unicef reitera a necessidade de assegurar a participação direta dos adolescentes e jovens na tomada de decisões nas suas comunidades e nos programas que os impactam.

(Fonte: Unicef Brasil)

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