História e cultura quilombola formam os líderes do futuro

Com ênfase em cultura e história dos quilombos, formação é voltada para estudantes a partir do oitavo ano e educadores inseridos na educação quilombola

Da redação Publicado em 13.04.2022
Na foto, uma menina negra sorri enquanto se apoia em uma mesa de madeira. A imagem possui intervenções de rabiscos coloridos.
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Resumo

Projeto realizado pela Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas oferece formação para meninas e meninos de quilombos e educadores inseridos nestas comunidades, com objetivo de fortalecer as identidades quilombolas dos participantes.

Conhecer e estudar a própria cultura, enfrentar o racismo e o sexismo, e se envolver em questões voltadas ao território é a premissa da Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas. Estão abertas 50 vagas para estudantes quilombolas de todo o Brasil e 50 vagas para professores que atuem na educação dos quilombos, fortalecendo os conhecimentos pedagógicos sobre modos de vida, direitos, história e cultura quilombola.

Com edital realizado pelo coletivo de educação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e apoio da Fundação Malala, o objetivo da formação é fortalecer a identidade das adolescentes quilombolas, por meio da história das comunidades quilombolas; acesso a direitos e educação; questões de gênero, raça e território; combate ao racismo; e engajamento na luta política de movimentos quilombolas, questões geralmente ignoradas pelo currículo formal das escolas.

“A escola nacional de formação de meninas quilombolas nasce em função de percebermos o quanto as vozes das mulheres quilombolas ainda são silenciadas e o quanto o sistema educacional atual colabora com esse silenciamento”, conta, em nota, Givânia Silva, coordenadora do coletivo de educação da CONAQ. Para a educadora, a premissa da formação é “fortalecer as vozes dessas meninas com conteúdos para que possam defender seus territórios e seus modos de vida”, considerando meninas e meninos da educação básica  lideranças importantes para combater o racismo e o sexismo. 

Como participar?
Podem participar meninas e meninos quilombolas entre o oitavo ano do ensino fundamental e o segundo ano do ensino médio, além de professoras e professores que atuem na educação quilombola. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas no site da CONAQ, até 1 de maio. Para concorrer a uma das vagas, os candidatos devem estar enviar uma redação sobre como é ser estudante ou professor quilombola e, se necessário, conforme a quantidade de inscrições, uma entrevista.

O projeto dedica 37 das 50 vagas de estudantes exclusivamente para meninas quilombolas. Os selecionados irão receber um tablet, apoio para obterem materiais didáticos e acesso à internet, além de participarem de programa pedagógico quilombola com ações de advocacy. O resultado final com a lista de selecionados está previsto para o dia 16 de maio.

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