Com quase mil casos confirmados no Brasil, a nova variante da doença tem alerta de risco para crianças pequenas; saiba mais sobre os sintomas e como se cuidar
Considerada emergência global, a doença mpox pode ter versões mais graves em crianças e gestantes. Entenda os riscos reais, como é o tratamento e a prevenção contra o vírus.
Declarada emergência de saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a mpox (ou varíola dos macacos) tem alto risco de contaminação entre crianças, gestantes e imunodeprimidos, que são pessoas com a imunidade mais baixa por condições específicas de saúde. Com rápida circulação, a nova variante 1b do vírus tem um aumento de 10% na letalidade para a faixa etária abaixo dos oito anos.
No Brasil, desde o início do ano, já foram 945 casos confirmados pelo Ministério da Saúde. A maioria são pacientes homens de 18 a 39 anos. Até o momento, há o registro de apenas uma criança de quatro anos e nenhuma gestante. A região sudeste concentra a maior parte dos casos: São Paulo teve 343 e o Rio de Janeiro, 160. Mesmo sem mortes este ano (no ano passado, duas pessoas vieram a óbito), as autoridades alertam para os cuidados e indicam formas de prevenção.
Para entender melhor sobre essa doença viral, que causa lesões na pele, febre alta e outras complicações, o Lunetas listou cinco principais dúvidas. As respostas foram elaboradas a partir de informações do Ministério da Saúde e do Hospital Pequeno Príncipe, referência em atendimento infantil no Paraná.
Por ser um vírus, a doença pode se espalhar entre as pessoas via contato direto: toque, abraços, beijos, e também pelas gotículas expelidas durante a fala e a respiração. Outro fator de contaminação é por meio de objetos e superfícies contaminados pelo toque de um paciente infectado. O risco de transmissão de animais aos humanos somente ocorre em países onde o vírus está presente em animais selvagens.
A mpox também pode ser transmitida da gestante para o feto ainda na gravidez ou após o parto, pelo contato pele a pele.
Febre, dor de cabeça e dores musculares podem ser os primeiros sintomas. Porém, o mais característico são as erupções na pele, como bolhas ou feridas que duram de duas a quatro semanas. Essas lesões aparecem geralmente nas mãos, pés, costas, podendo afetar o rosto e a região genital.
Com o tratamento adequado, os sintomas desaparecem em poucas semanas. No entanto, algumas pessoas podem apresentar complicações como infecções, confusão mental e insuficiência respiratória.
Em crianças, o hospital Pequeno Príncipe aponta os seguintes sinais de alerta:
Sim, porque as crianças têm o risco de transmissão desde a barriga da mãe. Além disso, estão mais expostas a situações graves, principalmente por não terem anticorpos necessários para responder à doença. Também pode haver demora no diagnóstico preciso, pois as erupções são semelhantes às de varicela ou da catapora.
Assim, as crianças sob suspeita de mpox devem ser monitoradas de perto desde o diagnóstico até a recuperação. Recém-nascidos e crianças com imunodepressão podem apresentar sintomas mais graves e risco de morte.
Para as mulheres grávidas, a mpox pode causar perda gestacional e complicações para a mãe. Caso a mulher esteja amamentando, é necessário a orientação de um médico, pois ainda não há confirmação de transmissão do vírus pelo leite materno.
Sim, o tratamento consiste em medicações para os sintomas, isolamento social e observação médica. Atualmente, apesar de existir duas vacinas contra a mpox, ainda não há campanhas de vacinação gratuita nem disponibilidade do imunizante em redes particulares. Segundo as autoridades médicas, isso não é necessário porque a doença está sob controle e segue em observação no país. Por isso, a indicação da vacina é apenas para quem teve contato com pacientes confirmados da doença. O Ministério da Saúde informou que negocia a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a mpox.
Segundo o Ministério da Saúde, a principal prevenção é evitar o contato direto com pessoas que têm a doença ou estão sob suspeita. Do mesmo modo, é preciso reforçar hábitos de higiene: lavar as mãos frequentemente, utilizar álcool e manter superfícies e ambientes limpos, por exemplo.
Em caso de confirmação da doença, o paciente deve cumprir o isolamento imediato. Familiares, cuidadores e profissionais de saúde devem seguir protocolos, como: