Da zona norte à zona sul: como SP celebra o Dia das Crianças

Como as comunidades organizam as tradicionais festas de rua de Dia das Crianças em São Paulo

Da redação Publicado em 14.10.2019
Foto de um menino sem camiseta. Estão jogando água nele, e ele está todo molhado. Logo atrás uma menina com a cabeça abaixada e as mãos em seu rosto
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Resumo

Conheça os bastidores da organização de cinco festas de Dia das Crianças na cidade de São Paulo.

Quem lê o Lunetas regularmente já deve ter visto um tantão de vezes o provérbio africano: “é preciso uma aldeia inteira para criar uma criança”. Mas, e quando vivemos em cidades e grandes centros urbanos, como criamos uma criança? Neste Dia das Crianças, em parceria com o coletivo de fotografia DiCampana, preparamos uma fotorreportagem para contar como as comunidades das cinco regiões de São Paulo se organizam para celebrar a data.

O Coletivo DiCampana nasceu em 2016 para contribuir com a produção fotográfica sobre o cotidiano das periferias e favelas espalhadas pelo mundo. A proposta é contribuir para construção de um imaginário que contemple os múltiplos recortes da periferia – a cultura, o lazer, a rotina, a vida do povo.

Como foi o Dia das Crianças em São Paulo

  • Favela do Moinho – região central

Única favela ainda existente na região central de São Paulo, a comunidade já passou por sucessivos incêndios. Apertada entre dois ramais da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), no bairro dos Campos Elíseos, a ocupação surgiu no início dos anos 1990.

A líder comunitária Alessandra Leandrelli nos contou que o trabalho de articular eventos como este é muito corrido, mas, ao mesmo tempo divertido. 

“A gente passa o ano inteiro pensando em preparar um dia para que eles possam se sentir crianças. É muito difícil se sentir criança dentro da comunidade. Elas se sentem mais adultas o ano inteiro”, explica. “É gratificante envolver as famílias e provar que não precisar matar a criança que existe dentro da gente”.

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José Cícero da Silva/ DiCampana

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José Cícero da Silva/ DiCampana

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José Cícero da Silva/ DiCampana

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José Cícero da Silva/ DiCampana

  • Jardim Ibirapuera – zona sul

É a primeira festa dedicada às crianças no Jardim Ibirapuera. “Há quatro meses tivemos essa ideia e fizemos rifas para arrecadar o dinheiro. Não quisemos ajuda de vereadores, queríamos uma coisa nossa, só dos moradores”, conta orgulhoso Lúcio Henrique dos Santos, um dos organizadores da festa.

Ele explica que, para eles, a rua é importante. “É na rua que você absorve cultura e aprende sobre sua história e suas origens”, disse. 

Como não há espaços públicos de lazer próximos à comunidade, a rua é o espaço que as crianças podem aproveitar com liberdade. “A rua é um local nosso. É de todos. Temos que aproveitar e usufruir”, finaliza, convidando a reportagem para a próxima festa.

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Weslley Tadeu/DiCampana Foto Coletivo

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Weslley Tadeu/DiCampana Foto Coletivo

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Weslley Tadeu/DiCampana Foto Coletivo

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Weslley Tadeu/DiCampana Foto Coletivo

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Weslley Tadeu/DiCampana Foto Coletivo

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Weslley Tadeu/DiCampana Foto Coletivo

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  • Vila Flávia, São Mateus – zona leste

Transformar a favela em um parque de alegria é o mote da tradicional festa de rua do grupo São Mateus em Movimento. Há 13 anos, o grupo organiza uma programação de dois dias em outubro para celebrar o Dia das Crianças.

Negotinho, um dos organizadores, explica que a festa é  também uma saída para a falta de parques e praças no entorno.

“São três ruas fechadas com atividades culturais e os brinquedos infláveis para que as crianças tenham um parque de diversão na favela. Então, a rua é super importante pra gente, para que aconteça qualquer atividade cultural”, defende.

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Julia Ferreira/DiCampana Foto Coletivo

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Julia Ferreira/DiCampana Foto Coletivo

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Julia Ferreira/DiCampana Foto Coletivo

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Julia Ferreira/DiCampana Foto Coletivo

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Julia Ferreira/DiCampana Foto Coletivo

  • Samba do Congo, Morro Grande – zona norte

“Nossa comunidade é muito carente de espaços para brincadeiras e vemos a infância como uma fase  muito importante, é nossa sucessão”, explica Suzete Souza, 48 anos, integrante do Samba do Congo, espaço em que a festa aconteceu.

O Samba do Congo,  difunde e incentiva a arte por meio da composição musical, resgatando a raiz do samba paulista e a cultura afro-brasileira. “A gente tenta trazê-los para que sintam o amor e carinho que temos por eles”, diz Suzete.

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Léu Britto/DiCampana Foto Coletivo

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Léu Britto/DiCampana Foto Coletivo

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Léu Britto/DiCampana Foto Coletivo

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  • Parque Villa Lobos, Alto de Pinheiros – zona oeste

A AGFTS – Associação Guarulhos de Food Truck e Similares organizou o “Festival Brincar” dentro do Parque Vila Lobos, no Alto de Pinheiros.

Marinalva Farias defende que a brincadeira no parque é o resgate de uma coisa que está acabando. “O brincar na rua não existe mais, então brincar no parque evita muita coisa violenta da cidade”.

Famílias de diversos bairros da cidade comparecerem à festa. O ErêTantã, grupo que promove um resgate das brincadeiras de rua, cirandas e jogos antigos estava presente. Os famosos brinquedões infláveis fazem parte da festa.

Julia Tozi estava com a família na festa e comentou sobre a importância de eventos como esses, abertos e gratuitos para crianças que não tem a acesso a brinquedos.

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Gsé Silva/DiCampana Foto Coletivo

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