O desfralde é uma fase difícil para algumas crianças. Mas e se as próprias fezes pudessem criar vida para ajudar a convencê-las de que é tudo muito natural?
De onde ele vem? Pra onde ele vai? E se a criança pudesse conversar com seu cocô para superar as dificuldades do desfralde? Conheça os desenhos de Mauren Veras, que criou a série "Cocô Amigo" para ajudar as crianças nessa fase do desenvolvimento.
Desfralde. Aí está um tema que pode tirar o sono de muitas mães, pais e crianças que estão vivenciando essa etapa do desenvolvimento.
Diante disso, recursos lúdicos que ofereçam uma abordagem simplificada do assunto são mais do que bem-vindos para naturalizar essa conversa com os pequenos.
Pensando nisso, a artista Mauren Veras, autora da página Tiras da Mau, criou a série “Cocô Amigo“. A partir de um personagem simpático e convidativo, os desenhos estimulam as crianças a repensar seus traumas de ir ao banheiro.
Assim, os desenhos funcionam como uma ferramenta tanto de abertura de diálogo com a criança que estiver passando por alguma dificuldade em relação ao ato de defecar, quanto de sensibilização dos adultos sobre as necessidades emocionais da criança.
“Eu volto pra sua barriguinha todos os dias! Afinal, somos amigos!”, diz uma das sequências de ilustrações.
“A criança tem prazer em defecar, em brincar com as fezes, não as percebe como algo nojento. Mas, à medida que vivencia o processo de socialização, deve renunciar a essa forma de prazer e a outras tantas relacionadas a prazeres corporais, como, por exemplo, morder outras pessoas e mexer nos órgãos genitais”, explica a psicóloga Isabel Gervitz, do Laboratório de Educação.
Para o pediatra Carlos Eduardo Correa, quando nos tornamos adultos, colocamos este tema em uma espécie de ‘esconderijo’ que pode trazer sérios problemas de saúde, como intestino preso, má digestão, hemorroidas e, em casos mais graves, até fobias patológicas.
“A vergonha não é só de falar sobre o tema, mas sobre o próprio ato de fazer cocô. Eu principalmente percebo este tabu no universo feminino, que é invadido pela publicidade focada em vender produtos para as mulheres fazerem cocô e transformar suas vidas”
O Lunetas tem uma reportagem sobre este tema >> Cocô não é tabu: por uma infância livre de repressão.
Comunicar erro