‘De onde eu vim?’: livros infantis sobre sexualidade

Porque conhecer o próprio corpo é um exercício de autonomia e proteção, e pode ser estimulado desde cedo

Da redação Publicado em 09.06.2017

Resumo

Educação sexual pode ser, sim, assunto de criança, desde que conduzido de forma sensível e cuidadosa, por isso, os livros infantis sobre sexualidade podem ser ótimos aliados. Os pequenos que conhecem bem o seu corpo têm mais respeito pelo outro e por si mesmos.

É na infância que o sujeito recebe os primeiros referenciais de mundo, e a partir deles começa a construir sua identidade e as bases emocionais que vai levar para a vida toda. Por isso, a mediação de assuntos considerados difíceis ou tabus com as crianças é fundamental para que elas não cresçam com inseguranças infundadas. Educação sexual é um destes assuntos.

É o diálogo aberto sobre o tema que faz com que os pequenos conheçam seu corpo, sintam-se à vontade com o que ele significa e comunica. É conversando também que as crianças se instrumentalizam para se defender de possíveis abusos e violência sexual. Entender a diferença entre masculino e feminino, por exemplo, saber de onde vêm os bebês, e conhecer os estímulos bons e ruins que movem o nosso corpo são alguns dos tópicos que fazem parte da reflexão sobre o assunto.

Pensando nisso, o projeto Ninguém Cresce Sozinho dá algumas dicas valiosas de livros infantis que abordam a sexualidade de uma forma sensível, criativa e principalmente natural, para que o assunto faça parte dos interesses e curiosidades dos pequenos.

“A simples pergunta “De onde eu vim” não remete apenas à biologia, mas a toda história consciente e inconsciente envolvida antes e durante a concepção, gestação, nascimento e vida extrauterina.  O conteúdo anatomofisiológico é de extrema importância, mas não é tudo”, explica a psicóloga Patrícia Grinfeld.

“Muitas vezes, as indagações das crianças não se referem a dados objetivos. No campo da sexualidade, o mundo da fantasia pode falar mais alto do que o mundo real”

“Por consequência, mesmo diante de respostas corretas e claras, as crianças nem sempre se satisfazem com o que é respondido. Elas querem saber mais. Não necessariamente mais informação biológica, mas mais sobre o misterioso mundo dos desejos. Além disso, algumas questões, como o que é uma relação sexual ou como se dá a junção dos gametas, só serão realmente entendidas a partir da adolescência, com a vivência de um corpo maduro”, ressalta a especialista.

Confira:

“Como ensinar seus pais a gostarem de ler livros para crianças”, de Alian Serres e Bruno Heitz (editora Pulo do Gato)

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A ideia de que os “pais ficam preocupados em dar de cara, sem nenhum aviso com algum pipi” num livro é lembrada de um jeito muito divertido por Alain Serres em “Como ensinar seus pais a gostarem de ler livros para crianças” (ilustração de Bruno Heitz, Editora Pulo do Gato ): “…conte que, pelo que dizem por aí, os pipis existem de verdade!”. As crianças sabem disso. Será que os adultos não?

“Não, sim, talvez”, de Raquel Matsushita e Ionit Zilmerman (editora Sesi)

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Em “Não, sim, talvez”  (Sesi-SP Editora), Raquel Matsushita apresenta uma série de perguntas, ilustradas por Ionit Zilmerman, não tão simples de serem respondidas, mas que estão na boca da criançada; portanto, não podem ser ignoradas. “Por que o pipi parece uma tromba de elefante?”, é uma delas. E como em muitas famílias, a resposta ao menino é “Porque… Porque… Não sei. Pergunta pro seu pai”.

 

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