Conhecer e refletir sobre os diversos tipos de deficiência é fundamental para a construção de um mundo mais plural e inclusivo
Filmes que apresentam múltiplas deficiências a partir do olhar infantil podem ser uma ferramenta potente para a construção de uma realidade mais inclusiva e diversa. Confira essa lista com 9 curtas para refletir e conversar com os pequenos sobre diversidade.
O debate sobre os desafios da construção de uma sociedade mais acolhedora às diferenças tem se ampliado no Brasil. Segundo dados do último censo do IBGE, nosso país possui cerca de 3,5 milhões de crianças de até 14 anos de idade com algum tipo de deficiência. Pensar em um Brasil mais plural e inclusivo passa por praticar um olhar receptivo às diferenças e por quebrar paradigmas relacionados às pessoas com deficiência.
Para contribuir com essa discussão, o Lunetas preparou uma lista com nove curta-metragens, de fácil acesso, que trazem crianças com diferentes deficiências como protagonistas. As produções apresentam diferentes tipos de deficiências, e o enfoque das histórias está nos conflitos e soluções próprias da idade dos personagens. Assim, as questões centrais ultrapassam as fronteiras do preconceito e dos estigmas e auxiliam o espectador a naturalizar as deficiências como características humanas.
Por meio de narrativas sensíveis de ficção, o universo infantojuvenil é apresentado a partir desses múltiplos pontos de vista e de interação com o mundo, valorizando a representatividade das diversas infâncias. Dessa forma, familiares e educadores podem utilizar esses filmes como ferramentas potentes para iniciar conversas sobre a temática e garantir o desenvolvimento integral de meninos e meninas.
Ronaldinho acompanha pela janela do seu quarto as aventuras e brincadeiras do novo garoto da rua – o qual resolveu apelidar de “o filho do vizinho”. Com uma linguagem divertida, o filme traz o ponto de vista de um garotinho com deficiência motora e aborda temas como amizade e liberdade. Dirigido por Alex Vidigal, o filme brasileiro acumula diversos prêmios e a admiração de crianças e adultos.
Esse fantástico curta-metragem de animação foi produzido por estudantes da Universidade de Artes de Taiwan. O filme conta a história da pequena Chico e seu cão-guia. A garotinha é deficiente visual e, ao longo da trama, acompanhamos sua forma de interagir com o mundo através do toque, cheiros e sons. Essa animação sensível desperta a imaginação dos espectadores, além de fortalecer o conceito de autonomia entre as crianças com deficiência.
Dirigido por Cássio Pereira, o curta-metragem nacional traz a história de uma jovem de 15 anos, com síndrome de Down, que sonha em conhecer o mar. Diante de uma oportunidade de viajar até a praia, Marina busca caminhos para realizar seu sonho. Com mais de 24 prêmios nacionais e internacionais, o filme destaca a independência, o direito à liberdade e a determinação dos adolescentes com deficiências.
“Min e as Mãozinhas” é o primeiro desenho animado brasileiro feito totalmente em Libras. Criada pelo diretor Paulo Henrique dos Santos, essa série animada infantil acompanha as aventuras de Min, uma garotinha surda, e de seus amigos animais. As construções imagéticas e sonoras da animação permitem uma experiência singular, para crianças com e sem deficiência. Além disso, aprendemos até cinco sinais em Libras a cada capítulo.
Essa animação sensível apresenta uma garotinha surda que sonha em ser bailarina. Apesar da curta duração, o filme traz uma profunda reflexão sobre o papel fundamental do apoio familiar para a emancipação das pessoas com deficiência. Além disso, esse filme de Jaison Marino e Craig Kitzmann, traz para o primeiro plano a importância do contato com a arte para impulsionar a criatividade e os sonhos dos pequenos.
Baseado em uma história real, Ian é um curta-metragem de animação que conta a história de um garotinho com paralisia cerebral. O filme trata sobre a solidão das pessoas com deficiência em ambientes que não são pensados para integração e inclusão. Através de recursos visuais lindíssimos, o filme de Juam José Campanella nos faz refletir sobre a solidariedade e a empatia como fortalezas humanas para acolher as diferenças.
O curta da Pixar não fala sobre o autismo explicitamente, mas é através da história delicada de um garotinho que flutua que o filme abre o diálogo sobre a neurodiversidade. A questão central está na relação entre pai e filho, que foi inspirada na própria experiência do diretor Bobby Rubio com seu filho Alex, diagnosticado dentro do espectro autista. Por meio da metáfora proposta pelo filme, somos convidados a refletir com os protagonistas sobre como as famílias podem lidar com os estigmas impostos pela sociedade para criar uma vida mais saudável e feliz.
Com apenas 5 minutos, o filme de Jacob Frey conta a história de um menino que ganha de presente um cachorrinho que não possui uma das patas. Enquanto acompanhamos o desenvolvimento da relação dos personagens, observamos as diferentes formas como o cachorro se movimenta pelo espaço. Assim como o protagonista, somos convidados a acolher as diferenças.
O curta brasileiro mostra a trajetória de uma garotinha com paralisia cerebral, a partir do seu primeiro dia de aula em uma escola inclusiva. Através desse recorte, ele apresenta também as relações familiares e de amizade da protagonista. O filme é uma adaptação do livro homônimo, escrito pela autora Cristiana Soares com uma abordagem que evidencia o direito de todas as crianças a uma vida plena e feliz.
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