Uso seguro de redes sociais por crianças e adolescentes passa pelo diálogo com pais e educadores
Materiais lançados pelo CERT.br visam tornar o uso de redes sociais por crianças e adolescentes mais seguro: além da publicação em texto, vídeos e um perfil no Instagram complementam a experiência.
Navegar pelas redes sociais já é realidade para 81% das crianças com mais de 10 anos, segundo a pesquisa “Tic Domicílios 2021”, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br. Então, como é possível apoiar as crianças quando o assunto é postar conteúdos, aceitar seguidores ou verificar a identidade das pessoas antes de aceitá-las nas redes? De que maneiras podemos auxiliá-las a denunciar conteúdos maliciosos e perfis falsos ou orientá-las no uso de aplicativos de terceiros?
Com a intenção de proporcionar um uso seguro de redes sociais, o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) lançou materiais de apoio para pais, cuidadores e educadores. Para Miriam von Zuben, analista de segurança do CERT.br, “um dos maiores problemas quando se fala em internet segura para crianças está justamente em achar um equilíbrio entre os cuidados de proteção e o aproveitamento das diversas oportunidades trazidas pela internet”, ainda mais em um cenário em que as redes sociais não são desenhadas para as crianças.
“Enquanto privar totalmente as crianças do uso da internet traz diversos problemas de exclusão, o uso desassistido pode expô-las a riscos”
“Os materiais produzidos pelo CERT.br consideram que a informação é a melhor prevenção: conhecendo os riscos mais facilmente, as crianças saberão como se prevenir”, explica von Zuben.
Ela também reforça o cuidado na linguagem dos materiais para que as crianças possam entender e aproveitar melhor os conteúdos, que, entre outras coisas, pode auxiliar nos ajustes das configurações de segurança e privacidade das plataformas e incentiva o respeito à privacidade alheia, solicitando autorização para publicar ações de terceiros nas redes sociais. “As redes sociais se tornaram mais do que um meio de interação e entretenimento. Ao se manifestarem nesses locais, os usuários deixam rastros digitais que ajudam a moldar sua reputação on-line. O que ‘curte’ ou compartilha diz muito sobre a pessoa. Por isso, o material fornece instruções sobre como evitar prejuízos e se proteger”, finaliza, em nota, Cristine Hoepers, gerente do CERT.br.
Acompanhar as experiências de crianças e adolescentes na internet, definir condições para o uso da internet, como limite e tempo, orientar a não falar com estranhos e a tratar as pessoas com educação e respeito são algumas das dicas oferecidas pela Childhood Brasil. A organização reforça que o melhor caminho para garantir a proteção das crianças é o diálogo. Logo, construir relações de confiança com as crianças reflete diretamente em um uso mais seguro no mundo digital.
Ao suspeitar que uma criança ou adolescente está sendo vítima de violência, é possível denunciar pelo Disque 100, 180 ou no aplicativo Direitos Humanos BR/Delegacia On-Line.
* O material do CERT.br integra uma série de publicações sobre boas práticas na internet. O capítulo de redes sociais também traz materiais complementares, como cinco vídeos de até 15 segundos abordando algumas das dicas da cartilha e um perfil no Instagram que incrementa as informações da publicação em texto.
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