Como aproximar as crianças da natureza durante a quarentena?

Série de conteúdos apoia pais, educadores e agentes de saúde a promover a conexão dos pequenos com a natureza mesmo durante o isolamento domiciliar

Da redação Publicado em 14.05.2020
Imagem de uma menina oriental de cabelos curtos e pretos, aparentando ter 3 anos de idade, está com um borrifador na mão cuidando das samambaias da casa e sorrindo. Representa a conexão entre crianças e natureza
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Resumo

O Criança e Natureza lançou uma página com conteúdos para apoiar famílias, educadores e agentes de saúde a proporcionar a conexão das crianças com a natureza durante o período de isolamento domiciliar.

Uma das dificuldades desta quarentena imposta pela pandemia do coronavírus é a falta de contato das crianças e a natureza. Como manter a qualidade de vida dos pequenos entre quatro paredes, quando sabemos a importância da convivência em sociedade e da proximidade com o mundo lá fora?

A partir dessa preocupação com as limitações impostas pelo isolamento domiciliar, o programa Criança e Natureza – que visa garantir que as crianças cresçam e se desenvolvam em contato com a natureza – lançou uma série de conteúdos para apoiar famílias, educadores e agentes de saúde a proporcionar a conexão das crianças com a natureza nesta quarentena.

São dicas práticas, recursos, reportagens, artigos, pesquisas e até sugestões de cursos e formações elaborados pelo programa e também outras iniciativas nacionais e internacionais. O material completo pode ser acessado aqui. A página é colaborativa e está aberta para sugestões de novos conteúdos. 

Para ajudar, o Lunetas selecionou algumas recomendações do Criança e Natureza para famílias e educadores para aproximarem crianças e natureza na quarentena – esse contexto tão novo para todos nós. 

Como famílias podem aproximar as crianças da natureza?

A quarentena pode oferecer algo raro e precioso: tempo livre para que as crianças olhem para dentro de si, reconheçam o que as move e brinquem sozinhas. Algumas dicas práticas:

Manter as crianças ativas fisicamente

  • Proponha desafios do tipo “você consegue achar…” ou “quão alto você pode pular?”
  • Faça brincadeiras como amarelinha, que pode ser desenhada no chão de casa, ou esconde-esconde
  • Crie danças e coreografias com músicas favoritas das crianças
  • Aproveite qualquer espaço da casa para construir cabanas e estimular a imaginação de um acampamento fictício

Explorar a natureza por perto

  • Disponibilize coleção de folhas, sementes e outros objetos naturais ao alcance
  • Estimule as crianças a observar aves e insetos pela janela, assim como o céu e o formato das nuvens, como propõe este jogo de cartas, disponível gratuitamente para baixar
  • Se possível, separe um tempo com as crianças para tomar sol e ar fresco
  • Crie um diário de descobertas, reunindo todos os aprendizados desta observação da natureza ao redor 
  • Observe as ruas a partir da janela: este manual ajuda a guiar esta observação de maneira criativa e educativa

Cultivar plantas

  • Estimule as crianças a plantarem: pode começar com o cultivo de feijão no algodão ou criar terrários com suculentas e pequenos arbustos
  • Incentive seus filhos a ajudar a cuidar das plantas da casa, dando água, reformando vasos ou adubando
  • Mantenha um diário de registros desses cuidados e descobertas

Usar livros e filmes para ampliar referências

  • Escolha livros de ficção que inspiram as crianças em suas próprias aventuras e viagens
  • Selecione livros que estimulem a curiosidade científica dos pequenos, como guias de observação de estrelas ou identificação de aves, plantas e outros animais
  • Use as telas a favor, selecionando vídeos, documentários e animações sobre o mundo natural

A dica principal é: aposte no brincar livre. Permita que a criança dê vazão para construir, criar, montar e fazer brinquedos a partir de utensílios de madeira ou metal; materiais como tecidos, cascas, sementes, pedras, conchas, cordas; e elementos naturais, como terra, areia, ar, água, barro e até fogo (com cuidado e supervisão dos adultos).

Como educadores podem fazer esse papel?

Uma proposta é trabalhar a relação com a natureza enquanto os alunos estiverem em situação de isolamento com o que se tem ao redor. 

  • A nossa própria natureza: antes de tudo, educadores precisam estar atentos com a própria saúde, física e mental. É importante cuidar de quem cuida. Você tem dormido bem? Se alimentado bem? Tem alongado seu corpo no dia a dia? Tem tomado um pouco de sol?
  • Tempo e espaço: o educador pode usar a observação de mudança de estação, do clima, do tempo de crescimento de uma planta, por exemplo, para registrar e sistematizar esse conhecimento como ferramenta didática.
  • Origem das coisas e dos alimentos: é possível pensar em atividades que levem em consideração a origem das coisas, de onde vêm os alimentos, de que são feitos os materiais que vemos e usamos.
  • Mapas mentais para trabalhar sentimento de pertencimento: do que os estudantes sentem falta do lado de fora, quais os percursos que eles conhecem e como se relacionam com os lugares dentro de seus territórios? Isso pode gerar desenhos de mapas mentais interessantes e dar subsídios para pensar a relação dos alunos com seus territórios e culturas. 
  • Arte e natureza: o educador pode estimular os alunos a desenharem o que eles veem da janela de casa, usar materiais reciclados para compor estruturas e refletir sobre reúso de objetos ou indicar livros, poemas e músicas que falem da natureza.

Acima de tudo, o educador precisa escutar as crianças, entender o que elas estão sentindo, instigar a reflexão sobre o que elas estão gostando e do que sentem falta. Garantir espaços para troca sobre como estão vivenciando o presente é uma forma de acolhimento, que também é parte da educação. 

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