‘Cozinhas e infâncias’: incluindo educação alimentar nas escolas

Orientada pela chef Bela Gil, iniciativa é voltada para professores da educação básica

Eduarda Ramos Publicado em 22.02.2022
Na imagem, as cinco integrantes do Instituto Comida e Cultura.
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Resumo

Alimentação e infância: o que podemos considerar nessa relação? Na formação “Cozinhas e infâncias”, a culinarista Bela Gil compartilha história, cultura e diversidade cultural brasileira com as crianças por meio da comida.

Como se manifesta a relação entre alimentação e infância? O que o simples ato de comer mostra às crianças? Orientada pela culinarista Bela Gil, a formação “Cozinhas e infâncias” com professores da educação básica foca em práticas culinárias como caminho para a reconexão das crianças com a história, cultura e biodiversidade do país. Os participantes poderão construir atividades voltadas à alimentação para aplicação prática com os estudantes e ensinar sobre o impacto que nossas escolhas alimentares têm para o planeta.

“Cozinhas e infâncias” é uma das iniciativas que integram o Instituto Comida e Cultura (ICC), idealizado pela educadora, comunicadora e chef de cozinha Ariela Doctors. A primeira edição da formação atenderá duas escolas de São Paulo: a EMEI Dona Leopoldina, na Lapa, e a Camino School, na Barra Funda. Além de Ariela e Bela Gil, participam do instituto Daniella Brochado (engenheira química, cozinheira e pesquisadora), Erika Fischer (administradora e gestora de políticas públicas) e Juliana Furlaneto (bióloga e comunicadora).

“Entendemos a alimentação como um ato político, capaz de transformar a realidade social, por meio de nossas escolhas e compreensão da rede de indivíduos e instituições que sustentam e interferem em nossos hábitos alimentares” – Institucional Comida e Cultura

Antes do “Cozinhas e infâncias”, o ICC já realizava uma formação com educadores, além de oficinas para toda a comunidade escolar. A nova formação nasceu da vontade de expandir o projeto para mais crianças e, futuramente, transformá-lo em uma política pública. Para Ariela Doctors, a formação ser voltada às crianças da educação infantil e fundamental tem uma intenção simples: “Criar hábitos saudáveis desde a infância é muito melhor do que ter que reabilitar os seus hábitos ao longo do tempo”. 

“Uma educação alimentar desde o princípio é muito mais fácil, eficiente e importante do que uma reeducação alimentar”

Em sua rede social, Bela Gil destacou o conhecimento como a chave para “a criação e manutenção de bons hábitos alimentares”, reforçando o lema do projeto:

“A criança como sujeito, o alimento como objeto e o Brasil como espaço”

“Enxergamos o estudo da alimentação, nutrição e culinária como uma linda forma de nos (re)inserirmos na natureza. Conhecer os alimentos, saber de onde vêm, como foram plantados, os benefícios ou riscos para a saúde nos dão mais vontade de cuidar de nós mesmos, dos outros e do planeta”, completa Bela Gil, em outra publicação.

As atividades da formação piloto serão realizadas ao longo de dois anos, com coleta de dados que busquem comprovar o método e a meta de ampliar a proposta para mais escolas ao redor do Brasil. 

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