10 ideias para reduzir o consumismo infantil no Natal

Compartilhamos algumas sugestões simples de como é possível cuidar da infância e evitar o consumo em excesso

Da redação Publicado em 14.12.2020
Um menino vestido de vermelho com gorro de Papai Noel está com as duas mãos no rosto
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Resumo

Uma série de dicas sobre como reduzir o consumismo infantil no Natal e evitar encher as crianças de presentes quando o que elas precisam mesmo é de presenças afetuosas à sua volta.

Embora o Natal possa ser vivenciado de inúmeras maneiras, reunimos a seguir ideias que não necessariamente vão mudar a forma como se comemora a data individualmente, mas são capazes de gerar reflexões importantes sobre a relação que temos com o consumismo e como a infância está sujeita aos contínuos estímulos que associam felicidade ao consumo de produtos e serviços. Daí a importância de conversar sobre as estratégias do mercado e da publicidade desde cedo.

Ao questionar o consumismo e os apelos para a compra de presentes que costumam dominar as datas comemorativas, propomos essa oportunidade de repensar os hábitos e adotar ações que respeitem as relações entre as pessoas, colocando a infância como prioridade absoluta. Ah, as dicas a seguir para reduzir o consumismo infantil podem servir para o ano todo 😉

Como evitar o consumismo infantil no Natal?

  • Mais presença, menos presentes

Não é errado presentear a criança em ocasiões especiais, sendo uma escolha consciente, e não consequência da pressão comercial. Um exercício simples é perguntar para as crianças sobre a origem e o destino dos brinquedos e se realmente precisamos de tudo que queremos ter. O diálogo pode ajudar a criança a não associar datas comemorativas ao consumo, mas a momentos marcados pelo afeto e pelas conexões familiares.

  • Listas minimalistas

Incentive a criança a escolher o item que mais quer da lista de presentes, ao invés de alimentar a expectativa de que ganhará todos. Também vale incluir sugestões que não envolvam apenas bens materiais, mas que tragam uma experiência especial para os pequenos, como um passeio ou uma brincadeira.

  • Aprendendo pelo exemplo

Consumir por impulso e ao mesmo tempo querer educar uma criança para o consumo consciente e sustentável pode ser pouco eficaz. Um adulto coerente nas suas atitudes contribui para que as crianças do seu convívio estabeleçam relações mais atentas e responsáveis com o ato de comprar e passem a refletir sobre a real necessidade de “ter”.

  • A força dos pequenos

Nossas escolhas de consumo impactam o mundo. Apoie o comércio local, as feiras de artesanato e os projetos de empreendedorismo feminino, contribuindo para uma economia solidária e sustentável. Boicote as grandes corporações e as empresas que não respeitam os direitos do trabalhador, do consumidor e da infância, lembrando que publicidade infantil é crime.

  • Solidariedade em alta

Além de evitar o consumismo e o acúmulo de bens com pouca ou nenhuma utilidade, incentivar as crianças a doarem brinquedos não usados ou em boas condições para outras crianças ou instituições e projetos sociais locais coloca em perspectiva o que realmente importa. Juntos, vocês podem selecionar alguns itens e explicar os motivos da doação, reforçando a importância da empatia e da sustentabilidade. 

  • Trocas são bem-vindas

Depois de contar às crianças sobre o processo de produção dos brinquedos e o que acontece quando eles são descartados, promover uma feira de troca de brinquedos e outros produtos pode ser uma ótima opção para os pequenos praticarem o desapego e se entusiasmarem a trocar um brinquedo que não usa mais por outro, sem gastar e sem impactar o meio ambiente.

  • Menos é mais

A opção pela simplicidade no dia a dia nos faz repensar o excesso e o desperdício, além de ser uma forma de ensinar às crianças sobre consumo e responsabilidade. A maior parte dos produtos que somos incentivados a comprar são desnecessários ou têm um impacto ambiental que poderia ser evitado. 

  • O combinado não sai caro

Combinar com as crianças previamente como será o passeio (se envolve ou não compras) e deixar claro qual o objetivo antes de sair de casa pode ajudar a reduzir os pedidos por impulso. Nas compras do supermercado, por exemplo, é possível combinar quantos e quais itens a criança poderá escolher da lista. Se houver insistência, dizer “não” faz parte do processo educativo e pode ajudar as crianças a lidarem com frustrações futuras.

  • As telas como vitrine

Sempre que possível, procure conversar com as crianças sobre a publicidade abusiva e explicar o que está por trás das motivações comerciais das empresas. Diminuir o tempo assistindo TV ou navegando na internet pode auxiliar na redução do assédio das empresas às crianças, que se aproveitam das audiências de youtubers mirins, por exemplo, para fazer propaganda velada de seus produtos.

  • Menos plástico, por favor

O consumo de brinquedos de plástico em excesso pode trazer consequências graves para a saúde e para o meio ambiente. É urgente considerar um outro tipo de economia que respeite os limites do planeta e esse movimento pode começar dentro de cada casa. Se for presentear com um brinquedo, que tal buscar opções que não envolvam plástico e evitar também as embalagens?

Denuncie publicidade dirigida às crianças

Exija das empresas anunciantes que cumpram as leis e não explorem comercialmente a infância. Direcionar publicidade às crianças é abusivo e ilegal, conforme previsto no artigo 37, parágrafo 2º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), e reforçado pela Resolução 163 de 2014 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Denúncias podem ser feitas aos órgãos de Defesa do Consumidor ou ao Criança e Consumo.

* Essa lista teve o apoio da equipe do programa Criança e Consumo e da Rebrinc – Rede Brasileira de Infância e Consumo para ser construída

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