6 dicas para conectar crianças e adultos à natureza

Viver em uma grande cidade não significa necessariamente estar separado e desconectado da natureza; entenda

Da redação Publicado em 09.02.2017
Duas mãos de criança seguram uma lagarta preta e amarela

Resumo

Próximas e conectadas à natureza, as crianças brincam e experimentam com mais leveza e liberdade. Veja dicas para conectar adultos e crianças à natureza.

Próximas e conectadas à natureza, as crianças têm a oportunidade de brincar e experimentar com mais leveza e liberdade, o que é muito importante para seu desenvolvimento pleno.

Mas, quando falamos da importância de investirmos em infâncias mais sintonizadas com o meio natural, também estamos falando de investimento no futuro e preservação do meio ambiente. Pensando nisso, a Faber-Castell criou um aplicativo que aproxima crianças da natureza.

“A gente só cuida daquilo que a gente conhece. Louisa Chawla, professora americana da Universidade do Colorado, em suas pesquisas comprova que experiências na natureza durante a infância contribuem para o indivíduo escolher agir em benefício do meio ambiente quando adultos. Ela entrevista ambientalistas e reconhece que todos eles, quando crianças tiveram contato e experiências afetivas e positivas na natureza, e esta vivência na infância foi importante para norteá-los em sua escolha em querer proteger o meio ambiente”, afirma Laís Fleury, coordenadora do projeto Criança e Natureza, do Instituto Alana.

Porém, muitos fatores da sociedade atual têm afastado adultos e as crianças de uma relação com a natureza. Para ajudar a construir pontes que conectem o dia a dia das famílias com o meio ambiente –sem precisar viajar para uma reserva florestal- consultamos especialistas no universo da criança e natureza, agitadores culturais e educadores para pegar algumas dicas.

Confira

1. Seja a mudança que você quer ver: que tal começar se reconectando com a natureza?

“Por incrível que pareça, é mais fácil convencer as crianças da importância de se conectar com a natureza do que os adultos”, disse Andre Palhano, idealizador da Virada Sustentável.

Os adultos com quem as crianças convivem são as suas maiores fontes de informação e referência. Então, que tal ser o exemplo do seu pequeno? Juntos, crianças e adultos podem inspirar uns aos outros e fortalecer esse objetivo.

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“Ao lado das crianças, nos tornamos mais fortes, sonhamos mais alto, perdemos alguns medos e nos arriscamos mais”

“Ao lado das crianças, nos tornamos mais fortes, sonhamos mais alto, perdemos alguns medos e nos arriscamos mais, precisamos das crianças para mudar e criar perspectivas das cidades mais sustentáveis e com melhor qualidade de vida”, comenta Suely Bloch, pedagoga e idealizadora do espaço Brincando no Pé.

2. A natureza está ao seu redor; exercite um olhar mais atento e sensível

Viver em uma grande cidade não significa necessariamente estar separado e desconectado da natureza. Em meio às ruas cheias de carros, prédios, asfalto e barulho, é possível encontrar árvores, aves e flores, observar os desenhos feitos pelas nuvens no céu, a lua e as estrelas, assim como sentir e escutar a chuva.

“Andar pelo quarteirão sentir o vento, o sol, perceber árvores que existem no caminho. Tudo isso ajuda a despertar a curiosidade da criança. Caminhar pela cidade é uma maneira de se apropriar do espaço, do seu corpo e de estabelecer uma relação com a natureza”, sugere a Pedagoga, especialista em Educação Lúdica e idealizadora do projeto Ser Criança é Natural, Ana Carol Thomé.

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“Não importa o tamanho do recorte de natureza, para a perspectiva da criança, uma árvore, uma caixa de areia, já é um universo completo para ela brincar e interagir com a natureza”

A conexão da criança com a natureza pode começar com a composteira dentro de casa, ou com o vaso da sala, que precisa ser regado para sobreviver.

“Não importa o tamanho do recorte de natureza, para a perspectiva da criança, uma árvore, uma caixa de areia, já é um universo completo para ela brincar e interagir com a natureza”, afirma Laís, coordenadora do Criança e Natureza.

3. Dê tempo e espaço para a brincadeira na natureza acontecer

O galho que vira varinha de condão, a poça de água que se transforma na lagoa encantada da floresta, e a folha que, de repente, se vê uma embarcação que cruza um oceano em uma missão secreta.

Para que tudo isso aconteça, só é preciso que haja uma criança, tempo e espaço para que ela use sua imaginação e exerça um de seus direitos mais sagrados: o direito ao brincar livre.

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‘Eu protejo e cuido da natureza pela qual eu me encantei, eu explorei, eu descobri’. Para que isso aconteça a melhor maneira é brincar”

“Crianças que crescem em contato com a natureza desenvolvem um respeito gerado por esse vínculo de encantamento. ‘Eu protejo e cuido da natureza pela qual eu me encantei, eu explorei, eu descobri’. Para que isso aconteça a melhor maneira é brincar”, reforça Ana Carol Thomé.

4. Coloque no radar eventos e atividades na natureza

Há diversas opções de eventos que envolvem natureza que você pode colocar no radar. Nem sempre são eventos descritos como “para crianças”, mas isso não significa que famílias com crianças não possam –e devam- participar.

Os mutirões de plantio do Florestas de Bolso, projeto que se propõe a criar pequenas áreas de vegetação na cidade de São Paulo, são um bom exemplo.

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Próximas e conectadas à natureza, as crianças têm a oportunidade de brincar e experimentar com mais leveza e liberdade, o que é muito importante para seu desenvolvimento pleno.

Nos dias de mutirão de plantio, adultos e crianças são convidados a colocar as mãos na terra, literalmente. “A participação e o envolvimento das crianças no plantio é surpreendente”, comenta Ricardo Cardim, idealizador do projeto.

Coloque no seu radar, também o Slowkids, evento gratuito que leva à parques um dia repleto de ideias criativas para adultos e crianças brincarem com o pé na grama e desacelerarem da rotina corrida das cidades.

O “Aos pés do Baobá”, evento de contação de histórias ao ar livre no Parque do Ibirapuera, também é uma boa dica para as famílias paulistanas com crianças.

5. Mas sempre lembre de que você pode –e deve- ocupar praças e parques sem nenhum pretexto

Na falta de uma programação, crie o seu evento. Que tal reunir familiares, amigos e crianças em torno de uma toalha para um piquenique?

“Precisamos promover atividades onde as crianças possam se sujar de terra, se molhar, pintar o corpo, plantar e conhecer espaços onde elas possam correr, pular, conhecer pessoas, cheiros, texturas, cores, sons diferentes do que os de costume. Ocupar as praças e parques da cidade como espaços que promovem estas experiências é importante para que nossas crianças tenham uma infância feliz e conectada a um espaço real e com múltiplas possibilidades”, afirma Suely Bloch, pedagoga e proprietária do espaço Brincando no Pé.

6. Use e abuse da tecnologia

Com o GPS da Natureza, ferramenta gratuita que pode ser acessada pelo celular ou computador, você vai receber sugestões de locais e atividades na natureza de acordo com o seu tempo disponível, o clima, e a sua localização.

Há, também, recém-saído do forno, o aplicativo “Floresta sem Fim”, que pode ser baixado gratuitamente. Com a ajuda da realidade aumentada e de ferramentas interativas divertidas, a criança aprenderá sobre a importância de preservar as florestas, e também sobre espécies da fauna brasileira.

*Este conteúdo foi produzido pelo extinto Catraquinha em fevereiro de 2017, em parceria com a Faber Castell. Em maio de 2018, o Catraquinha migrou para o Lunetas.

 

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