“As coisas mudam no devagar depressa dos tempos”, dizia Guimarães Rosa. Esta frase do autor mineiro tem pautado a sociedade em que vivemos e foi escolhida a dedo por Rafael Parente e Caio Dib para abrir uma conversa urgente no livro “Como educar famílias para futuros desafiadores”: afinal, como preparamos nossos filhos para um futuro imprevisível diante de constantes transformações?
Para responder a essa questão, os autores buscaram a pluralidade nas vozes de familiares, estudantes, educadores, líderes comunitários, empreendedores, pensadores e especialistas de diversas áreas para refletir sobre futuros possíveis e o que se pode fazer desde já.
“O mundo está se tornando um lugar mais complexo e repleto de desafios e possibilidades. Para lidar com tantas transformações, é fundamental que nossas crianças e jovens desenvolvam competências e habilidades como resiliência, flexibilidade, adaptabilidade e criatividade, e que sejam capazes de se reinventar ao longo da vida, sempre que necessário”, apontam os autores.
Como é possível, na prática, apoiar famílias e educadores para prepararem melhor as crianças e jovens para um futuro imprevisível? É essa a pergunta colocada pelos autores para pessoas de várias partes do país. O convite à reflexão para entender como lidar com as transformações que estão acontecendo na sociedade passa longe de um caráter conteudista, mas costura, de forma leve e fluida, conceitos, depoimentos e experiências do dia a dia compartilhadas pelos entrevistados como dicas práticas que podem ajudar no processo de educação dos mais jovens.
Além de aprender a perguntar – afinal, é consenso entre os especialistas consultados no livro que é mais importante fazer boas perguntas do que ter respostas prontas -, o diálogo aparece como a mais poderosa das ferramentas para preparar crianças e jovens, pois é uma via de mão dupla: alguém fala, alguém escuta e a partir daí podem surgir muitas possibilidades.
Segundo defendem os autores, “a educação deve desenvolver pessoas não para aguentar choques como se nada tivesse acontecido, mas para que sejam capazes de passar por crises e aprender com elas; de questionar as violências que sofrem e trabalhar para eliminá-las; de criar uma sociedade mais justa, solidária e igualitária”.
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3 desafios para futuros incertos
Veja alguns dos temas identificados como questões a enfrentar:
Hábitos saudáveis como dormir e se alimentar bem, investir no cuidado do corpo – com menos tempo de tela e mais tempo brincando ao ar livre – e da mente, com práticas como a atenção plena, são fundamentais para a aprendizagem.
A educação financeira é muito mais que um porquinho para guardar dinheiro. É sobre criar uma cultura de se relacionar bem com o dinheiro e com o que ele representa.
O tema da crise climática tem tudo a ver com a infância, afinal são nossas crianças que herdarão esse planeta. Por isso, é preciso agir agora para pensar nos futuros possíveis, por mais desafiadores que possam parecer.