A Flip 2018 vem aí: 5 motivos para levar as crianças à Flipinha

A Flip 2018 acontece entre os dias 25 e 29 de julho em Paraty (RJ) e conta com uma programação toda dedicada às crianças, a Flipinha

Renata Penzani Publicado em 18.07.2018
Crianças lendo embaixo de árvores

Resumo

Tem programação infantil, juvenil, mais de 20 casas parceiras, barco literário pirata, saraus, filmes, exposições, oficinas e outras inúmeras programações para aproveitar com as crianças e a família toda.

A 16ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) está chegando. Entre os dias 25 e 29 de julho (de quarta a domingo), a cidade de Paraty (RJ) recebe leitores, escritores, educadores e artistas de todo canto do Brasil e do mundo para o maior evento literário do país, que este ano homenageia a escritora Hilda Hilst, com curadoria de Joselia Aguiar .

Em sua programação para o público infantil, a Flipinha, e também no eixo voltado o público jovem, a FlipZona, o evento conta com debates, oficinas, atividades lúdicas e educativas dentro e fora das escolas, e cortejos pelas ruas. Dentre os autores que conversarão com as crianças e os adolescentes, estão Lúcia Hiratsuka, Nelson Cruz, Gabriela Romeu, Penélope Martins, Gregório Duvivier, Xico Sá, Maria Ribeiro.

Para facilitar a vida de quem está pensando em levar as crianças, listamos alguns motivos pelos quais este é um passeio rico de aprendizados para todas as idades.

*As dicas abaixo são tanto para crianças quanto para adultos

1. Protagonismo infantil

Para as crianças de Paraty, a Flipinha começou há meses, quando iniciaram as atividades de formação do evento, com oficinas, presença dos autores nas escolas reflexões de como a literatura contribui para o conhecimento do território, e vice-versa. Além disso, as crianças criaram um inventário participativo da Flip, contando o que existe em seu território.

Desde o mês de maio, foram realizados oito encontros, com estudantes da educação infantil de escolas escolas públicas das zonas costeira, rural e urbana de Paraty, além das sete bibliotecas comunitárias da cidade.

As crianças receberam malas de livros a serem trabalhados nas atividades literárias da escola, assim como os professores também foram instrumentalizados para trabalhar os temas suscitados por eles na sala de aula. As chamadas “maletas pedagógicas” incluíram também livros e objetos instigantes, como máquina fotográfica e filmadora, binóculo e lupa, cartões de desafios organizados para provocar a reflexão crítica sobre os espaços e tempos da escola e da comunidade.

Nos dias do evento, toda essa experiência acumulada pelas crianças será exibida para os visitantes da festa. Durante a Flip, acontecerá um cortejo pelo Centro Histórico com todos os integrantes do programa e uma apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelas crianças para todo o público da Flip.

Além disso, as crianças já chegarão ao evento conhecendo quem foi e o que escreveu a autora homenageada. Em junho, foi realizado o Ciclo do Autor Homenageado, um encontro em torno da obra de Hilda Hilst. “Por meio dessa série de encontros, os jovens puderam conhecer previamente a programação e escolher os ingressos para as mesas em que tenham mais interesse”, afirma Belita Cermell, diretora geral da Flip.

“Todo ano, são distribuídos 10% dos ingressos para a população de baixa renda, que inclui um grande número de estudantes”

2. Valorização do livro e democratização da leitura

Como o próprio nome indica, a Flip é uma festa. E o livro é o protagonista. Ao tomarem contato com um evento  inteiramente dedicado à literatura, as crianças podem se familiarizar desde cedo com o potencial do livro como agente de crítica e transformação social e ferramenta de formação humanística.

Todas as atividades da Flipinha são gratuitas, e acontecem em uma tenda montada na praça da Matriz, no centro histórico da cidade. Haverá também um acervo de literatura infantil e infantojuvenil disponível para leitura, além das tradicionais árvores de livros, em que os pequenos podem desfrutar da leitura debaixo das árvores, com apoio de mediadores do educativo. Para os pais e cuidadores que vão assistir às mesas da Flip, é possível acompanhar os pequenos durante o dia e, à noite, participar da programação adulta.

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Walter Craveiro

A programação infantil da Flip visa promover a identificação da criança com os livros e os autores, e promover a democratização da leitura.

3. Reconhecimento do patrimônio histórico e cultural

Nem só de literatura é feito o passeio pela Flipinha. Charmosa e acolhedora, Paraty é uma cidade histórica que oferece a possibilidade de as crianças conhecerem de perto uma parte da História do Brasil. A Flip trabalha esse potencial em seu Programa Educativo, que tem uma novidade este ano: o Ciclo Literatura e Território. Belita Cermelli, diretora geral do evento, é responsável pelo programa, ao lado da curadora pedagógica Beatriz Goulart.

“Por meio do Ciclo Literatura e Território, o Programa Educativo da Flip explora o papel da literatura na construção da identidade da cultura local e seu potencial de identificar, revelar, valorizar e salvaguardar o riquíssimo patrimônio material e imaterial de Paraty” (Fonte: flip.org.br)

No vídeo abaixo, Belita explica do que se trata:

A diretora geral responsável pelo Programa Educativo, Belita Cermelli, fala sobre o Ciclo Literatura e Território, novidade na #Flip2018.

Posted by Flip – Festa Literária Internacional de Paraty on Tuesday, June 5, 2018

4. Programações paralelas incríveis

  • Casas literárias

Quem for até Paraty, pode aproveitar não só as mesas principais da Flip, mas também toda a efervescência cultural que acontece no Centro Histórico. Como acontece todos os anos, diversos espaços da cidade se transformam temporariamente para sediar as casas literárias de diversas instituições, como editoras e coletivos independentes. Casas editoriais, coletivos e instituições terão sua “casa” fixa durante a Flip, como o SESI-SP, o Sesc, a Intrínseca, a Bondelê, a Companhia das Letras e muitas outras, cada uma com sua própria programação.

O Publish News também terá uma programação de debates sobre assuntos relacionados à indústria do livro, e será o ponto de encontro do mundo editorial na festa.

Em relação à literatura infantil, a Casa LIBRE & Nuvens de Livros é um dos destaques das casas parceiras. Organizada pelo Clube Quindim, a programação vai falar de mediação de leitura na era digital, ilustração e outros assuntos, com autores como Roger Mello, Anna Claudia Ramos e Patrícia Auerbach. Confira a programação do Clube Quindim.

Ao todo, serão 22 casas parceiras na Flip 2018 – um recorde, pois em 2017 foram sete. Confira a lista de casas já confirmadas.

  • Casa SESI-SP Editora
  • Barco Laranja Original
  • Casa Paratodxs
  • Casa dos Desejos
  • Casa Europa
  • Casa Fedrigoni
  • Casa da Literatura
  • Casa Instituto Hilda Hilst – Hysteria – Cia. das Letras
  • Casa Libre & Nuvem de Livros
  • Casa Insubmissa de Mulheres Negras
  • Casa Cineclube Futura
  • Casa de Não Ficção (Época/Vogue)
  • Casa da Porta Amarela
  • Barco Flipei (Festa Literária Pirata das Editoras Independentes)
  • Casa Folha
  • Sesc – Unidade Largo de Santa Rita
  • Sesc – Edições Sesc
  • Sesc – Unidade Caborê
  • Casa 3 Corações
  • Editora Labrador
  • Caminhão da EDP
  • Casa Maria Angélica Ribeiro
  • Casa do Desejo

Pela primeira vez este ano, as editoras independentes terão um espaço autônomo de encontros. Idealizada pelo editor Eduardo Lacerda, da Patuá, a Casa do Desejo – Literaturas que desejamos, reunirá pequenas editoras, coletivos e autores e autoras independentes para a realização de eventos durante a programação paralela na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty 2018. O espaço vai receber lançamentos diversos, oficinas, mesas de bate-papo, feira de livros, saraus e recitais. A Casa do Desejo está no Catarse, aberto para contribuições voluntárias de quem quiser fazer parte dessa realização. Confira a programação e anote o endereço: Rua Fresca, 277.

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Reprodução/Facebook/Clube Quindim

A ilustradora e escritora Patricia Auerbach e o autor Roger Mello são alguns destaques da programação infantil das casas parceiras.

  • Flipei (Festa Literária Pirata das Editoras Independentes)

Uma das novidades imperdíveis deste ano, a Flipei é uma iniciativa da editoria Autonomia Literária e do coletivo Rizoma (que divulgamos aqui no Lunetas, na matéria sobre lugares para ler em São Paulo). Trata-de de um barco literário de editoras independentes, como Elefante, Boitempo, Lote 42, Nós, Ubu, Relicário, Expressão Popular e muitas outras. “Uma nau de editoras que vivem no vermelho”, como a própria iniciativa se define.

Na programação, tem debates, saraus, slams e shows. Dentre as presenças confirmadas, estão Djamila Ribeiro, Roberta Estrela D´Alva, Gregório Duvivier, Manuela D´Ávila, Guilherme Boulos, Marcia Tiburi, Slam da Guilhermina, BNegão e muitos outros nomes.

  • A Casa Insubmissa de Mulheres Negras 

A Casa Insubmissa de Mulheres Negras é um espaço de vivência e socialização entre escritoras, artistas, pesquisadoras e autoras negras da Bahia, numa casa no Centro Histórico de Paraty, com programação diária com atividades culturais, mesas, lançamentos. Com o projeto da Casa Insubmissa, a ideia é ampliar a rede de diálogos no cenário literário brasileiro, além de fomentar a leitura e visibilizar a produção das mulheres negras.

5. Exposições paralelas imperdíveis

A Praça Aberta, no Areal do Pontal, será o espaço cênico de duas mostras: O fotógrafo do futuro, de Fernando Lemos, e Pessoas em Movimento. Já na Casa da Cultura, será realizada a exposição A Língua Portuguesa em Nós. A Casa Sesi Editora – SP trará, por sua vez, a mostra Editora Corrupio e Pierre Verger.

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Divulgação/Flip

Hilda Hilst por Fernando Lemos, e a exposição “A Língua Portuguesa em Nós”.

 

Confira a programação oficial completa da Flipinha

  • Quarta-feira, 25 de julho

10h00 | Flipinha I Casa M.A.R.

Oficina

Contaminações: ruídos, vozes evazios com Hilda Hilst

Geruza Zelnys

(participação mediante inscrição prévia)

13h30 | Flipinha I Central Flipinha

Roda de conversa

Palavra é água

Selma Maria Kuasne

Thiago Cascabulho

mediação: Sandra Medrano

 

  • Quinta-feira, 26 de julho

10h00 | Flipinha I Casa M.A.R.

Oficina

Contaminações: ruídos, vozes e vazios com Hilda Hilst

Geruza Zelnys

(participação mediante inscrição prévia)

13h30 | Flipinha I Central Flipinha

Oficina

Palavras sem fronteiras

Penélope Martins

Selma Maria Kuasne

mediação: Gabriela Romeu

 

  • Sexta-feira, 27 de julho

10h00 | Flipinha I Casa do Papel

Oficina Contaminações: ruídos, vozes e vazios com Hilda Hilst

Geruza Zelnys

Estela Vilela

(participação mediante inscrição prévia)

11h00 | FlipZona I Casa da Cultura

Páginas Reveladas: Roteiristas

13h30 | Flipinha I Central Flipinha

Roda de conversa “Memórias do chão”

Lúcia Hiratsuka

Nelson Cruz

mediação: Cristiane Tavares

15h00 | FlipZona I Casa da Cultura

Exibição Minidocs Paratyé

15h30 | Flipinha I Casa M.A.R.

Roda de conversa “Trânsito entre linguagens”

Índigo

Keka Reis

mediação: Patrícia Oriolo

17h00 | Flipinha | Ponto de partida: Pingo II

Cortejo Ciclo Literatura e Território

18h00 | FlipZona I Casa da Cultura

Assista a esse livro: Carcereiros

 

  • Sábado,28 de julho

10h00 | Flipinha I Auditório do Cembra

Roda de conversa e exposição dos trabalhos Ciclo Literatura e Território

11h00 | FlipZona I Casa da Cultura

Grandes nomes declamam Hilda Hilst

11h30 | FlipZona I Cinema da Praça

Roda de conversa “Você é o que você lê”

Gregório Duvivier

Maria Ribeiro

mediação: Xico Sá

12h00 | Flipinha I Praia do Pontal

Regata INP

12h15 | FlipZona I Casa da Cultura

 

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