ABP lança manual online gratuito para ‘ser pai sem tecnologia’

Longe de querer ser uma receita infalível de como evitar a superexposição à tecnologia, a cartilha ajuda as famílias a passar mais tempo junto

Da redação Publicado em 16.11.2016

Resumo

Além de especificar limites de tempo para exposição à tecnologia por idade, o manual traz uma série de dicas não só às famílias, mas também para as crianças.

Na rotina das famílias que têm pouco tempo disponível para dedicar exclusivamente às crianças, pode ficar difícil encontrar saídas à exposição à tecnologia: tablets, celulares, computador, TV. Diante da necessidade de entreter os pequenos, muitos pais recorrem a esses recursos.

Porém, o excesso de telas é extremamente nocivo, e a própria AAP (Associação Americana de Pediatria) recomenda que os pequenos devem ficar longe das telas até os 18 meses – leia a matéria do Lunetas sobre crianças e telas.

Pensando na complexidade e gravidade da questão, a Associação Brasileira de Pediatria acaba de lançar um manual para ajudar os pais a evitar o contato, o “Manual de saúde de crianças e adolescentes era digital“, que está disponível para download gratuito.

O material traz dados sobre as leis de proteção virtual, especifica as recomendações médicas para a exposição às telas e compartilha orientações cruciais, como o fato de que “Crianças menores de 6 anos precisam ser mais protegidas da violência virtual, pois não conseguem separar a fantasia da realidade”, ou ainda que 11% das famílias desconhece completamente o conteúdo que os filhos acessam.

Além de especificar limites de tempo para exposição à tecnologia por faixa etária, a entidade faz uma série de recomendações práticas não só às famílias, mas também aos professores, cuidadores, pediatras e até mesmo às próprias crianças e adolescentes, com o objetivo de protegê-las de possíveis abusos e do bullying digital.

Além disso, o material oferece também um glossário, que descreve com linguagem acessível o que são alguns termos utilizados com frequência na internet, como “malware”, “emoticon”, “vlog” e até mesmo a explicação de expressões nocivas à navegação segura das crianças, como “nudes” e “sexting”.

Longe de querer ser uma receita infalível de como evitar a superexposição à tecnologia, a cartilha pode ser utilizada pelas famílias que querem buscar alternativas e dicas de como passar mais tempo junto e evitar ficar refém do entretenimento virtual.

Confira algumas dicas do Manual:

Brincar mais com seus filhos de maneira interativa, olhando, abraçando, sendo parceiro e estando ao seu lado, sempre que precisar, supervisionando e construindo uma relação de confiança, para a vida, juntos. Para isso, não precisa de telas de televisão, computadores nem celulares ligados.


Lembrar sempre que você como adulto, pai ou mãe, e, com a convivência diária, se torna um modelo de referência para seus filhos. Portanto dar o primeiro exemplo: limite o seu tempo de trabalho no computador, quando em casa. Desconectar e estar presencialmente com seus filhos.


Estabelecer regras e limites bem claros e “concordantes” entre todos sobre o tempo de duração em jogos por dia ou no final de semana e sobre a entrada e permanência em salas de bate-papo ou em redes sociais ou durante os jogos de videogames online.

Nas telas do mundo digital tudo é produzido como fantasia e imaginação para distrair ou afastar do mundo real – portanto, não se deixe enganar no mundo virtual.


Não marque bobeira à toa! Cuidado, desconfie de mensagens esquisitas ou confusas. Aprenda a bloquear mensagens ofensivas ou que zombem de você!


Lembre-se que a Internet é um espaço público e as mensagens trocadas ficarão para sempre gravadas e accessíveis, como uma história de você ou como uma impressão digital.

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