Medida é uma prática importante para bebês prematuros por ajudar a regular a temperatura do corpo do recém-nascido e incentivar a amamentação exclusiva
Método canguru é recomendado pela OMS também para bebês prematuros: medida aumenta a sobrevivência dos recém-nascidos e incentiva a amamentação exclusiva.
Segundo dados da Fiocruz e da Organização Mundial de Saúde (OMS), 340 mil bebês nascem prematuros todo ano no Brasil, o equivalente a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos. De acordo com dados do Unicef, 11,7% do total de nascimentos acontece antes de 37 semanas de gestação. Em todo o mundo, um em cada dez bebês nasce prematuro por ano, o que significa que cerca de 15 milhões de crianças nascem antes do tempo.
A OMS acaba de lançar uma cartilha (em inglês) com recomendações para o nascimento de bebês prematuros. Segundo a publicação, o contato pele a pele entre mãe e bebê deve ser incentivado e iniciado imediatamente após o nascimento. A tática, chamada de “método canguru”, é para bebês nascidos antes de 37 semanas de gravidez, ou pequenos, com menos de 2,5 kg, com foco na sobrevivência das crianças, o que varia de país para país: a maioria dos nascidos em países com alta renda com 28 ou mais semanas sobrevive, enquanto as taxas de sobrevivência em países mais pobres estão na faixa dos 10%.
Como bebês prematuros não têm gordura corporal, muitos têm problemas para regular a temperatura e precisam de assistência médica para respirar. O método canguru pode auxiliar na estabilização da temperatura corporal, diminui a separação entre mãe e bebê e possibilita o aumento do aleitamento materno, também fortemente recomendado para um crescimento saudável. O método pode salvar vidas ao reduzir infecções comuns, o risco de hipotermia e melhorar a alimentação – tudo isso antes mesmo do bebê ser direcionado para uma incubadora, como é comumente feito em nascimentos prematuros.
“Além do risco alto de mortalidade, crianças que nascem precocemente podem ter dificuldades no desenvolvimento digestivo, respiratório, de linguagem e do desenvolvimento global”, aponta, em nota, Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa de São Paulo e membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, aproximadamente 44% das mortes de crianças de 0 a 6 anos no Brasil são causadas por complicações perinatais, como a prematuridade, ou doenças respiratórias, infecciosas e parasitárias. No mundo, o Unicef estima que a prematuridade é responsável por 16% das mortes de menores de 5 anos e por 35% das mortes neonatais.
O obstetra Carlos Moraes recomenda algumas medidas simples para evitar que o bebê nasça antes do tempo:
“A prevenção da prematuridade se inicia antes mesmo da gestação, com o planejamento familiar adequado, seguido do acompanhamento pré-natal, garantindo o bom desenvolvimento da gravidez, a saúde materna e um parto bem-sucedido”
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É considerado um bebê prematuro aquele que nasce antes das 37 semanas e passa a se enquadrar em uma das três categorias: os “prematuros extremos”, bebês que chegam ao mundo antes das 28 semanas e, portanto, correm mais risco de morte do que aqueles que nascem algum tempo depois; os “intermediários”, que nascem entre 28 e 34 semanas e constituem a maior parte dos prematuros; e os “tardios”, que nascem entre 34 até 37 semanas.