Cartazes desenvolvidos por alunos do terceiro ano do fundamental trazem ideias de ações simples e sustentáveis que podem ser implementadas no cotidiano
O videomanifesto do Lunetas foi inspiração para que os alunos da Villa Criar fizessem seus próprios projetos para repensar o uso consciente de energia e reverter a crise climática. Confira os resultados!
Como parte do projeto ”Mundo tropical”, as crianças do 3º ano do ensino fundamental da Villa Criar, escola construtivista localizada em Lauro de Freitas (BA), assistiram ao videomanifesto “Emergência climática e as múltiplas infâncias: por um futuro no presente”, produzido e publicado pelo Lunetas, que traz o alerta, na voz das crianças, para que a gente não deixe que o significado da palavra “emergência” se esvazie de sentido.
Com orientação da professora Karina Oliveira e da coordenadora Kelly Xavier, o vídeo foi um impulso para refletir sobre as mudanças climáticas que já estamos vivendo. Desde então, os alunos passaram a investigar os diversos recursos naturais disponíveis para a produção de energia, e a necessidade de economizar água e cuidar do meio ambiente para desacelerar as transformações climáticas que afetam a sociedade e o dia a dia de todo mundo.
“A sociedade ainda pensa ‘o que as crianças vão ser quando crescer?’, sendo que elas já são! As crianças podem – e devem – ter hábitos emergenciais de preservação desde cedo”, opina Kelly. Uma das ações desenvolvidas foi analisar as contas de energia das casas dos alunos, vendo o que pode ser economizado e o que pode mudar no consumo das famílias. Ao refletirem sobre as ações sustentáveis e econômicas que podemos realizar em nosso cotidiano, as crianças produziram cartazes para divulgar suas ideias.
Apesar de clima, meio ambiente e preservação serem temas presentes nas discussões escolares, Kelly endossa que o videomanifesto impactou os pequenos exatamente por mostrar o quão emergencial cuidar do planeta é, além de colocar crianças como protagonistas deste novo mundo. Ao gerar identificação, os processos são facilitados, acredita ela. “Os alunos levam as discussões para casa e questionam os pais sobre o que eles estão fazendo sobre o assunto”, conta Karina. A professora comenta ainda sobre as crianças nutrirem sentimentos de ansiedade ou se revoltarem pensando que é um sofrimento gerado por um problema que elas não causaram.
“A gente reconhece poder na fala de uma criança. Muito se fala sobre um planeta pro futuro… mas, ouvir as crianças falando de problemas de gente grande torna a situação urgente. Não dá mais pra esperar, é agora”
Para Kelly, o que a experiência deixa de melhor é “o desenvolvimento da cidadania e a importância de combinar o olhar individual e o coletivo”. A coordenadora reforça que, aos poucos, as crianças vão construindo um sentido de ser e estar nesse mundo, e desenvolvem o entendimento de que são parte da sociedade e podem ser agentes ativas de mudança.
Assista ao videomanifesto “Emergência climática e as múltiplas infâncias: por um futuro no presente”:
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O projeto tem o objetivo de trazer reflexões críticas sobre hábitos brasileiros que são incorporados de outros países, mas que não corroboram com o clima. Um dos exemplos é a estética natalina no Brasil ser atrelada à neve e ao frio, que não faz sentido para o verão brasileiro, em dezembro. As reflexões são interdisciplinares, mesclando questões culturais, geográficas e históricas.