O videoclipe musical Eu vim de lá traz a força da ancestralidade inserida nas brincadeiras e nas vivências do cotidiano de crianças e adolescentes negros. “Em um mundo em que as realidades são tão distintas, vale frisar quem somos, de onde viemos e onde vivemos”, comenta Wagner Aparecido Miguel, responsável pela produção.
Imagens de crianças tocando violão, ajeitando o cabelo ou jogando bola, e de adolescentes tocando tambor e dançando com suas saias rodadas e os pés no chão, acompanham a música “Seio d’África”, da produtora cultural Annuar, que valoriza a negritude, as histórias e os trabalhos construídos por pessoas que impactam o seu entorno e o mundo com uma vida de resistência.
O interesse de Wagner pela área musical vem desde a infância, tendo se tornado membro da banda marcial do seu município de origem, Pradópolis, e responsável pelo ensino musical dos novos integrantes do grupo. Há algum tempo, ele assumiu uma participação total e efetiva no Ponto de Cultura Jovens Pesquisadores, projeto que busca fortalecer e apoiar crianças e adolescentes das áreas descentralizadas da cidade. Além disso, atua no Fulôs do Pé Vermelho, grupo percussivo de mulheres que também aborda temas como a luta racial e de gênero e o resgate da ancestralidade.
Seu maior desafio foi passar a mensagem de modo que todo o público infantojuvenil, envolvido ou não em projetos culturais, vindo ou não do seio da África, pudesse absorvê-la.
O objetivo em participar do Infâncias plurais foi trocar conhecimentos com profissionais e especialistas de diferentes áreas. Segundo Wagner, a experiência o fortaleceu como pessoa e como educador, além de proporcionar uma bagagem única para a criação de um conteúdo audiovisual por aqueles que, assim como ele, “voltaram às suas infâncias para entender como explicar o mundo em que vivemos de forma atualizada”.