O guia aborda questões relacionadas à alimentação de crianças nas escolas em tempos de crise provocada pelo novo coronavírus
Foi elaborado um guia para pressionar o poder público a garantir o direito à alimentação adequada no contexto da pandemia da Covid-19 e fazer com que os alimentos cheguem aos escolares.
Mais de 369 milhões de crianças no mundo não estão recebendo alimentação escolar por conta do fechamento das escolas adotado por muitos países durante a pandemia de coronavírus, segundo o Relatório Global de Crises Alimentares. O Brasil ocupa a segunda posição no ranking, com 40,1 milhões de crianças sem alimentação, atrás apenas da Índia (90,4 milhões). Para muitos desses alunos, a escola é a provedora da única refeição do dia.
A fim de garantir o direito humano à alimentação adequada, foi elaborado o guia “Alimentação Escolar no contexto da pandemia da Covid-19”, com orientações sobre o monitoramento da alimentação escolar em tempos de pandemia direcionadas a gestores, titulares de direito, e membros dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) e Segurança Alimentar e Nutricional e Educação.
Entre as principais questões estão o redirecionamento de pelo menos 30% do total dos recursos financeiros de estados e municípios para a compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar (assentamentos da reforma agrária, comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas), bem como a observação da qualidade nutricional dos alimentos ofertados.
O objetivo é pressionar o poder público para que os alimentos cheguem aos alunos e às escolas responsáveis. Isso porque os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) já estão disponíveis, mas ainda são poucos os estados e municípios que fazem a devida distribuição.
O guia apresenta também boas experiências de implementação, a nível local e global; ações e notificações judiciais pela exigibilidade deste direito; legislação nacional e aspectos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE).
A publicação é uma parceria entre o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e o Movimento Sem Terra (MST).
Principais recomendações do “Guia Covid-19 – Alimentação Escolar”