Artista visual, Taynara Cabral, compartilha material inspirado em protagonistas negras da história para colorir durante a quarentena
A artista Taynara Cabral disponibilizou dez desenhos que ilustram mulheres negras da história para colorir em casa com as crianças durante a quarentena. As imagens vêm acompanhadas de "super poderes" que inspiram a luta contra o racismo. Confira!
Está liberada a propagação de mulheres corajosas, guerreiras, escritoras e com o dom da música. A artista visual e comunicadora, Taynara Cabral, disponibilizou dez desenhos que ilustram mulheres negras para colorir em casa com as crianças durante a quarentena. Inspiradas em pensamentos e ações dessas mulheres, as imagens estão acompanhadas dos “super poderes” de cada uma delas, transformando-as em heroínas negras que inspiram novas gerações na luta antirracista.
As ilustrações trazem Angela Davis, Carolina de Jesus, Tia Ciata, Conceição Evaristo, Ivone Lara, Dandara, Lélia Gonzalez, Luíza Mahin, Marielle Franco e Tereza de Bengela. São mulheres que, em diferentes momentos, protagonizaram o cenário da música, da literatura, da política e das revoluções populares. A atividade pode ser uma oportunidade de distrair as crianças pela pintura, mas também pela contação de trajetórias de vidas que fizeram e seguem fazendo história.
Para imprimir o material da oficina, basta acessar o site da ilustradora e apertar na opção “Clique aqui”, logo abaixo das imagens.
Taynara Cabral é idealizadora e diretora artística do projeto “Insubmissas Trajetórias Negras”, um calendário para o ano de 2020, impulsionado por uma campanha de financiamento coletivo, na plataforma Catarse. A iniciativa, concluída em novembro de 2019, quase dobrou a meta de R$ 8 mil. A proposta, de acordo com a divulgação do trabalho, foi homenagear mulheres negras que transformaram suas vidas em luta contra o racismo e outras desigualdades sociais.
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Heroínas Negras
Angela Davis: militante feminista, participou do movimento dos Panteras Negras, nos Estados Unidos, na década de 1960, pela luta contra a segregação do povo negro. Foi perseguida e hoje alcança notoriedade mundial, como filósofa, professora e representante da luta pelos direitos das mulheres negras.
Carolina de Jesus: foi moradora da favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo. Trabalhava como catadora e registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava no lixo. Ela é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil.
Tia Ciata: Hilária Batista de Almeida fugiu da Bahia durante a diáspora negra e chegou ao Rio de Janeiro, onde se tornou mãe de santo. Presenciou e estimulou o nascimento do samba em sua casa de candomblé, na região carioca conhecida como “Pequena África”.
Conceição Evaristo: escritora e educadora mineira, trabalhou como professora da rede pública fluminense. É romancista, contista e poeta, um dos nomes mais relevantes da literatura brasileira contemporânea.
Ivone Lara: mais conhecida como “Dona Ivone Lara”, cantora carioca, instrumentista e uma das pioneiras no samba como compositora e intérprete. É a primeira mulher a integrar a Ala dos Compositores da escola de samba Império Serrano.
Dandara: lutou junto a seu companheiro Zumbi dos Palmares e foi líder, no século 17, do Quilombo dos Palmares, o maior das Américas.
Lélia Gonzalez: antropóloga, professora e ativista brasileira. É pioneira na formação e liderança do movimento negro no Brasil. Sua obra enfatiza o protagonismo negro, particularmente das mulheres, na formação social e cultural dos territórios.
Luíza Mahin: trazida como escrava ao Brasil, se tornou uma das lideranças da Revolta dos Malês, em 1835. Quituteira de profissão, utilizava seu tabuleiro para distribuir mensagens em árabe contra a escravidão.
Marielle Franco: socióloga e vereadora do Rio de Janeiro, entre 2017 e 2018. Nascida na favela da Maré, se tornou símbolo da luta pelas direitos humanos no Brasil.
Tereza de Bengela: liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho. Criou uma espécie de parlamento e sistema de defesa, com aproximadamente 79 negros e 30 índios, em território que hoje corressponde ao Moto Grosso.