Entenda mais sobre o momento de despedida e a sua importância para o desenvolvimento das crianças
Especialistas explicam como a despedida é importante para permitir que as crianças desenvolvam uma saúde emocional equilibrada.
Sair de casa e deixar o filho pequeno pode ser uma das coisas mais difíceis no dia a dia de pais, mães e cuidadores. É aquele momento de tensão em que as crianças choram e pedem para o adulto ficar mais um pouquinho ou fazem de tudo para ganhar atenção. Nesse contexto, a melhor opção é sair escondido ou dar tchau aos bebês antes de se ausentar?
Para a psicóloga especialista em infância e adolescência, Juliana Piovezan, o ideal é optar por uma rotina de despedida. “Desde cedo, as relações entre cuidador e bebê precisam ser trabalhadas com base numa prática responsiva”, diz. Ou seja, o cuidador precisa estar disponível, identificar e atender rapidamente às necessidades físicas e emocionais do bebê.
Hoje, a ciência já provou que o pleno desenvolvimento não se resume à carga genética, mas está relacionado ao vínculo e ao cuidado recebido quando criança, em especial na primeira infância. Como explica Juliana, a conexão que se forma entre cuidador e criança é a base para a construção do sistema de apego, que orienta como as pessoas irão se relacionar ao longo da vida, fortalecendo a autoestima e a ideia de que merece ser amada e cuidada.
“A ansiedade da separação produz insegurança e pode gerar feridas emocionais muito profundas”, atenta Juliana, já que as crianças podem ter uma percepção de abandono, potencialmente produzindo um trauma.
Portanto, seja para uma saída mais longa, nos casos de mães e pais que trabalham fora de casa, ou mesmo nos intervalos rápidos de ida ao supermercado e outras demandas da rotina, a orientação é sempre conversar e explicar às crianças o motivo da ausência. Segundo a psicóloga, quando essa relação passa a existir, as crianças vão, aos poucos, se acostumando e construindo a ideia de previsibilidade. “A criança pode até chorar, mas vai conseguir mais rapidamente focar a atenção em brincadeiras ou aceitar cuidados de outras pessoas.”
A segurança faz com que os bebês consigam regular as emoções mais facilmente
No vídeo do canal Criar e Crescer, a psicanalista Carol Lopes explica que, ao dar tchau e avisar o porquê da despedida, a criança pode ir aprendendo a lidar com a separação; a situação contrária, quando o adulto sai escondido, “pode criar uma ferida emocional na criança que é muito difícil de cicatrizar. Então, nunca deixe de se despedir do seu filho”, recomenda
Para os pequenos, mais do que se comunicar com palavras ou ter tempo integral focado em suas demandas, a responsividade envolve disponibilidade afetiva e qualidade da relação. E é por isso que um gesto aparentemente simples se torna sinônimo de afeto e compromisso com a conexão segura essencial na infância.
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