Em um ano, a quantidade de indivíduos pobres no Brasil aumentou em 2 milhões
A Síntese de Indicadores Sociais do IBGE reforça que a pobreza e extrema pobreza no Brasil atingem principalmente mulheres negras sem cônjuges e com filhos, e afetam 43,4% de crianças com idades entre zero aos 14 anos.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), que avalia os índices de pobreza no Brasil. Os dados são alarmantes. Baseado na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), o levantamento atesta que o país vem se tornando ainda mais desigual com a passagem dos anos, com um aumento de 2 milhões de cidadãos abaixo da linha de pobreza entre 2016 e 2017.
Os dados apresentados na pesquisa tratam de dois conceitos definidos pelo Banco Mundial: a pobreza e a pobreza extrema. A primeira categoria engloba indivíduos que vivem com menos de R$ 5,50 por dia, e aproximadamente R$ 406 por mês. Já a segunda considera extrema pobreza aquelas pessoas que vivem com menos de R$ 1,90 por dia, ou seja, com uma renda mensal de R$ 140. Os valores utilizados pelo Banco Mundial tomam por base a renda per capita do país em questão. Em países favorecidos, por exemplo, é considerado pobre quem recebe menos de R$ 21 por dia.
A pesquisa reforça também que a pobreza e extrema pobreza no Brasil são extremamente concentrados em algumas regiões, em detrimento de outras. Sul, Sudeste e Centro-Oeste têm índices de pobreza entre 12% e 18%, enquanto Norte e Nordeste apresentam taxas acima de 40%.
Historicamente, a concentração de riqueza no país não apresenta muitas mudanças, e os dados confirmam essa realidade. Segundo o levantamento, o Estado do Maranhão é o mais pobre do país, seguido por Alagoas, enquanto Santa Catarina é o mais rico, seguido por Rio Grande do Sul.
Uma das informações mais alarmantes do estudo é a divisão dos afetados pela pobreza em grupos. Os dados mostram que mulheres e negras e pardas sem cônjuge e com filhos compõem a parcela da população que mais sofre diretamente a pobreza (64,4%). O terceiro lugar da lista é ocupado pelas crianças. Indivíduos entre zero e 14 anos de idade respondem por 43,4%.
A condição se repete quando se trata da extrema pobreza. Mulheres negras respondem por 24,7% e crianças e adolescentes de até 14 anos representam 12,5% dessa população.
Assim, o levantamento aponta que a quantidade é crianças vivendo abaixo da linha de pobreza é alarmante, reforçando a urgência de políticas públicas voltadas para a infância e primeira infância.
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O que é a SIS?
Analisa a qualidade de vida e os níveis de bem-estar das pessoas, famílias e grupos populacionais, a efetivação de direitos humanos e sociais, bem como o acesso a diferentes serviços, bens e oportunidades, por meio de indicadores que visam contemplar a heterogeneidade da sociedade brasileira sob a perspectiva das desigualdades sociais.
(Fonte: ibge.gov.br)