Bela Gil, Marcos Piangers e Lázaro Ramos estão entre os convidados, além de nomes importantes da literatura infantil, como Eva Furnari e Ana Maria Machado
Depois da Flip, que aconteceu em Paraty até o último domingo, 29, agora é a vez de outro grande evento literário despontar na programação cultural do país. A Bienal Internacional do Livro, que acontece alternadamente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, começa nesta sexta-feira, 3, na capital paulista, e segue até o dia 12 de agosto, no Pavilhão do Anhembi, em Santana. Os ingressos custam R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 nos dias de semana e R$ 12,50 e R$ 25 nos sábados e domingos (clique aqui para comprar antecipado). O horário de funcionamento da feira é de segunda à sexta-feira, das 9h às 21h, e, aos sábados e domingos, das 10h às 21h.
Na programação, há muitas atrações pensadas para o público infantil e infantojuvenil, com nomes da maior importância para o gênero, como Eva Furnari, Ana Maria Machado, Ziraldo, Pedro Bandeira, Graça Lima, Ilan Brenman, Mauricio de Sousa, Janurária Alves e Maurício Negro, além de nomes que recentemente se lançaram na literatura infantil, como o ator Lázaro Ramos.
A culinarista e apresentadora Bela Gil e o ativista e blogueiro Marcos Piangers também estão entre os convidados, e vão conversar sobre os desafios da parentalidade no mundo de hoje, na mesa “Mãe e pai”, no dia 3, às 15h.
Com curadoria da narradora de histórias Daniele Ramalho e coordenação da CBL (Câmara Brasileira do Livro), o evento divide suas atrações em três eixos: a diversidade cultural brasileira, a diversidade humana e a conectividade entre pessoas e histórias.
Ao todo, são 1.500 horas de programação cultural, que inclui espetáculos literários, saraus, slams, declamações, conversas e muito mais. No pavilhão da Bienal, os espaços são divididos de acordo com sua oferta temática: há o Salão de Ideias e a Arena Cultural, onde se concentra a maior parte da programação adulta, a Praça de Histórias e a Praça da Palavra do Bibliosesc, o Cozinhando com Palavras (que une literatura e gastronomia), o Espaço Infantil, o Papo de Mercado, entre outros.
Ou seja, são nove dias de evento, com uma programação extensa para assimilar. Pensando nisso, preparamos uma seleção dos destaques infantis e também algumas atrações para o público adulto que dialogam com temas sensíveis à infância, como família, maternidade e paternidade, igualdade, diversidade e combate ao racismo.
Anote suas preferidas e inspire-se para passear entre livros com os pequenos:
A programação deste ano homenageia Sharjah, nos Emirados áraves, e ao mesmo tempo celebra uma das obras mais representativas da cultura árabe: o Livro das Mil Fábulas, conhecido no Ocidente como o Livro das Mil e Uma Noites. O espaço em formato de Tenda conta também com um acervo de 900 títulos, que as crianças podem aproveitar durante o evento.
Para dar início às atividades, no dia 3 de agosto, às 17h, a Tenda recebe a escritora Ana Maria Machado, o pesquisador de literatura árabe, Mamede Mustafá Jarouche, e a ilustradora Graça Lima, numa mesa com o tema “Mil Fábulas para a infância”, onde os especialistas vão falar, a partir das “Mil e Uma Noites”, da importância das fábulas na infância – na escrita e na ilustração e sobre o trabalho de transmitir tradições e culturas distintas para a literatura.
Claudio Fonseca/Divulgação
O blogueiro Marcos Piangers.
Os convidados falarão sobre as belezas e angustias de ser pai e mãe nos dias de hoje. Apresentadora do programa Bela Cozinha, do GNT, e militante da alimentação saudável e da comida como aproximação cultural, Bela Gil é autora dos livros “Bela cozinha”, “Bela cozinha 2” e “Bela cozinha: ingredientes do Brasil”, publicados pela Sextante. Já Marcos Piangers é autor de “O papai é pop”. Leia a entrevista que fizemos com o autor.
Eva Furnari é autora de clássicos inconfundíveis da literatura infantil brasileira, como “Não confunda”, “Assim Assado”, “Você troca?”, “Felpo Filva” e do premiado “Drufs” (Prêmio Jabuti de Livro Infantil 2017, Troféu Monteiro Lobato de Literatura Infantil 2017 e Prêmio Biblioteca Nacional 2017), sua obra mais recente – todos publicados pela editora Moderna desde a década de 90. A escritora e ilustradora ítalo-brasileira tornou-se conhecida por seu trabalho com a irreverência na linguagem, a criatividade na criação dos personagens, e o humor nonsense das narrativas, que alcançam como poucos o imaginário da criança. Na Bienal, Eva participa do Espaço Infantil, e estará na Tenda das Mil Fábulas com as crianças.
“Caderno de rimas do João” e “Caderno sem rimas da Maria” (Pallas), e também de seu mais recente “Na minha pele” (Companhia das Letras), sobre pluralidade racial e construção de identidade, o ator e escritor vai participar de um bate-papo no dia 4, às 16h, na Arena Cultural. O autor também estará na Tenda das Mil Fábulas, para conversar com as crianças.
Reprodução/Instagram Lázaro Ramos
O ator Lázaro Ramos, ao lado de seus dois títulos infantis.
Os apaixonados por cordel têm um motivo extra para visitar a Bienal, que vai dedicar um cantinho especialmente a essa manifestação popular brasileira. Na programação, estão previstos shows, declamações, culinária nordestina, oficinas de xilogravura e bate-papos com autores diversos, com destaque para o pocket show de Morais Moreira, que, no dia 3, às 16h, lançará um livro sobre os Novos Baianos. Confira a programação completa do Espaço Cordel e Repente aqui.
Também na Tenda das Mil Fábulas, as tradições indígenas e suas histórias também ganham espaço na programação com importantes escritores que se debruçam sobre o tema, entre eles, Daniel Munduruku, Olivio Jekupé, Cristino Wapixana e Yaguarê Yamã.
Já para falar sobre a cultura africana participam do espaço autores como Janaina Tokitaka (autora dos livros “Pode Pegar” e “Princesas Guerreiras“, dos quais falamos aqui no Lunetas).
No dia 3, às 13h, no Salão de Ideias, a Bienal recebe uma mesa sobre raça e feminino, que pode ser uma programação interessante para os pais e cuidadores que forem levar as crianças ao evento. A solidão da mulher negra e a importância do feminismo negro são o mote deste debate com Ana Maria Gonçalves, Bianca Santana e Djamila Ribeiro.
Na próxima sexta, 10, às 11h, outra mesa contempla a negritude, com a presença de professora Ligia Ferreira e da escritora Bianca Santana falando sobre os 130 anos da escravatura. A mesa propõe uma reflexão sobre uma situação em que, embora a liberdade dos negros esteja assegurada, não há qualquer política de integração dessas pessoas na sociedade brasileira.
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