Que Machado de Assis é um dos nomes mais importantes da literatura, ninguém duvida. Mas aproximá-lo das crianças pode não ser uma tarefa tão fácil, afinal, seus textos podem assustar se forem apresentados em um momento inadequado, quando a criança ainda não construiu repertório literário para absorver, interpretar e apreciar o autor.

Pensando nisso, o musical infantojuvenil “Contos Partidos de Amor” traz as histórias machadianas para perto dos pequenos de forma divertida, poética e criativa.

Baseado na literatura de Machado, o espetáculo tem dramaturgia de Eduardo Rios e trilha sonora original de Ricco Viana, e estreia no dia 29 de junho, no CCBB, no centro de São Paulo. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 20. A classificação etária é livre, porém, crianças menores de seis anos podem não aproveitar tanto.

Utilizando a linguagem cheia de metáforas e ricas construções de Machado, o espetáculo fala sobre amor e ciúme com humor e lirismo. Os jogos de cena aproximam os afetos que estão presentes no dia a dia das crianças e dos adultos. A montagem dá continuidade à trilogia “Três Histórias de Amor para Crianças”, iniciada em 2016 com a premiada “A Gaiola”, adaptação do livro homônimo da escritora Adriana Falcão.

Em São Paulo, a temporada segue até o dia 18 de agosto, com sessões às sextas-feiras, às 11h, e aos sábados, às 11h e às 15h. Depois, a peça segue em turnê pelas unidades do CCBB de Brasília (de 6 a 30 de setembro) e Belo Horizonte (de 5 a 28 de outubro).

“Fiquei muito entusiasmada em criar uma peça para crianças sobre o ciúme, a partir do universo do escritor”, defende a diretora. “Todos nós sentimos ciúme, e a criança é muito ciumenta. Achei que era um tema importante”, diz Duda.

Confira as fotos:

“Para mim, teatro para o público infantil não tem que ser só uma história legal, tem que ser necessário”

Também por isso, o espetáculo não se baseia em uma única história de Machado, mas sim em sua dramaturgia como um todo. “Preferi trabalhar com uma narrativa fragmentada, contar duas histórias, separadamente, e ligar as histórias com pequenas cenas e músicas, fazendo com que a liga de continuidade seja o corpo e a música. Não é algo comum no teatro infantil. Mas afirmo que a criança tem capacidade de alinhavar e criatividade suficiente para fazer suas próprias costuras”, conta Duda.

Dá o play para ter um gostinho do espetáculo: