Como será que as mães percebem o conteúdo produzido por crianças no Youtube?
A pesquisa “Desafios da Maternidade 2020” analisou o papel do YouTube e dos youtubers mirins no cotidiano das crianças. 45 % das mães afirmaram que seus filhos veem canais infantis mais tempo do que gostariam. Confira os dados da pesquisa!
Se seu filho acessa as redes sociais com certeza já se deparou com canais comandados e apresentados por crianças. São mini-influenciadores que mantêm perfis nas redes sociais e atraem a atenção de milhares de seguidores e também de diversas empresas, que presentear as crianças com “mimos” para merchandising, além de convites para, “presença VIP” e “encontrinhos” com fãs. Você sabia que essas ações, principalmente no YouTube, influenciam nas compras de itens infantis?
De acordo com o estudo TIC Kids Online Brasil de 2016, realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 86% das crianças e adolescentes (de nove a 17 anos) possuem perfis próprios nas mídias sociais. No YouTube, segundo uma pesquisa da ESPM Media Lab, a audiência saltou de 20 para 50 bilhões de visualizações de vídeos voltados ao público infantil entre 2015 e 2016 – e a categoria dos youtubers mirins cresceu 564%.
O estudo “Desafios da Maternidade 2019” aborda vários obstáculos que mães enfrentam na criação e desenvolvimento dos filhos e este ano o Instituto Market Analysis adicionou um bloco de perguntas sobre os influenciadores de mídias sociais e o papel do YouTube e os youtubers no cotidiano das crianças.
Dois institutos da rede WIN criaram o questionário principal, enquanto que a Market Analysis criou o bloco específico de perguntas sobre percepção dos efeitos e importância dos youtubers. A pesquisa faz parte de uma pesquisa regional com a participação de mais de 20 países das Américas. Ao todo, 603 mães foram entrevistadas de 519 cidades diferentes das cinco regiões do país .
As mães foram questionadas: ‘quando seu filho assiste youtubers infantis, ele consegue diferenciar o que é mensagem e o que é venda/propaganda?’ 24% das delas responderam que não.
O que é publicidade infantil?
Comunicação mercadológica é a atividade de comunicação comercial para divulgação de produtos e serviços independentemente do suporte utilizado – comercial, rádio, internet, embalagens, promoções, merchandising, disposição de produtos nos pontos de venda. Quando essa atividade é voltada para o público infantil, trata-se de publicidade infantil. “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras.” (Fonte: Programa Criança e Consumo)
Quando questionadas sobre a atuação do poder público nas plataformas digitais, 52,5% das mães concordam que o governo deveria regular ou limitar a quantidade de mensagens comerciais e de venda nos canais de youtubers infantis.
Em janeiro deste ano, o Ministério Público do Estado de São Paulo entrou com uma ação civil exigindo que vídeos de youtubers mirins que propagandeiam produtos sejam retirados da plataforma de vídeos mais acessada do país, o YouTube. A ação foi levada adiante após uma denúncia do Instituto Alana, por meio do programa Criança e Consumo, a respeito de uma campanha publicitária realizada por meio da youtuber mirim Julia Silva, sobre as bonecas Monster High, da marca Mattel. A premissa da campanha era premiar o público com o produto e promover encontros presenciais com a apresentadora, que já ultrapassa os 4 milhões de inscritos em seu canal. Entenda o caso aqui.
Outro ponto revelado pela pesquisa é a influência que os vídeos no YouTube têm sobre as compras e escolhas das marcas. Das mães entrevistadas 56,3% lhe atribuem muita ou alguma influência, acima das recomendações dos próprios pais (51,8%) ou influência de amigos ou outras crianças (43,7%).
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Responderam o questionário mães de todas as classes sociais, sendo as classes média-baixas as mais representadas se aproximando à proporção de como se distribui a população brasileira por níveis socioeconômicos. Apenas 1/3 trabalha em tempo integral. Uma em cada cinco é dona de casa e uma em cada quatro está atualmente desempregada.