UFRRJ: professores criam Nana&Nilo e exaltam o protagonismo negro

Os irmãos gêmeos Nana e Nilo são duas crianças negras brasileiras que viajam no presente e no passado

Da redação Publicado em 10.01.2019
Ilustração de um menino e uma menina, ambos negros, sorrindo. Atrás deles, aparece uma árvore, com olhos e boca, também sorrindo
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Resumo

Os personagens Nana & Nilo protagonizam histórias educativas que exaltam a importância da identidade negra, e estão presentes em diversas plataformas: livros infantis, histórias em quadrinho e desenhos animados, além de CDs e DVDS de músicas tradicionais.

Encontrar representatividade nas produções voltadas para a infância nem sempre é uma tarefa fácil. Mesmo com os avanços significativos na maneira de pensar os personagens e o protagonismo nas histórias infantis, em muitos contextos ainda é predominante a falta de diversidade. Para responder a essa realidade, pesquisadores na UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) criaram o projeto “Nana & Nilo“, que apresenta a cultura afrobrasileira para as crianças.

A ideia nasceu de uma parceria entre o autor Renato Noguera, professor do DES (Departamento de Educação e Sociedade) da UFRRJ – do Instituto Multidisciplinar, do campus de Nova Iguaçu -, o ilustrador Sandro Lopes, também professor da Universidade, e a designer Cris Pereira.

A história de Nana & Nilo

Tratam-se de dois irmãos gêmeos negros – uma menina e um menino – que vivem muitas aventuras na companhia de um passarinho e de uma árvore milenar. Os personagens protagonizam histórias educativas que exaltam direta ou indiretamente a importância da identidade negra e da cultura afrobrasileira, e estão presentes em diversas plataformas: livros infantis, livros de colorir, histórias em quadrinho e desenhos animados, além de CDs e DVDS de músicas tradicionais.

Dentre os temas abordados nas narrativas, estão a importância do brincar livre, consciência socioambiental e empatia. O objetivo é, principalmente, oferecer referências positivas da identidade e do protagonismo negro para os pequenos. Não por acaso, essa preocupação começa já nos próprios nomes da dupla, que evidencia a ancestralidade africana e indígena.

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Divulgação

O projeto surgiu para ajudar a preencher uma lacuna: a pouca variedade de
materiais produzidos no país sobre a história e cultura afrobrasileira e indígena

Representatividade é lei

A legislação que tornou obrigatório o ensino da cultura e da história afrobrasileira e africana na educação básica no Brasil – a lei 10.639/03 – completa 16 anos em 2019; Enquanto a lei 11.465/08, que instituiu a obrigatoriedade do ensino sobre os povos indígenas, completa onze anos.

Em uma nota sobre o projeto publicada no portal da UFRRJ, um dos autores, Sandro Lopes, ressalta que a intenção de Nana & Nilo é utilizar diferentes plataformas de mídias para inserir a tão escassa diversidade étnico-racial na produção feita para o público infantil no Brasil.

“Mesmo os brasileiros se declarando majoritariamente negros e sendo o país com a maior população negra fora da África, as nossas animações continuam sub-representando os negros e hiper-representando os brancos”.

Para adquirir os materiais de “Nana & Nilo”, acesse o site do projeto, a página no Facebook ou o Instagram, e aproveite para saber mais sobre a iniciativa.

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