Cursos a distância representam quase 20% do ensino superior brasileiro, mas formam a maioria dos professores do país
O número de professores formados em cursos de educação a distância é maior que o presencial: a cada 10, 6 se formam em regime EaD.
A cada 10 alunos concluintes de cursos de formação inicial docente no Brasil, 6 realizaram graduação a distância – 61,1%. Já em bacharelados e cursos tecnológicos, esse número é de 3 em cada 10 (24,6%). Os dados foram levantados pelo Todos pela Educação a partir de informações do Censo da Educação Superior de 2020.
Em 2020, dos 7.717 cursos de licenciatura no Brasil, quase 20% deles (1.512) eram oferecidos a distância. Apesar desta modalidade ser minoria, é a que mais forma professores: enquanto 12% de todas as matrículas de licenciatura feitas em 2020 são no formato presencial, esse índice chega a 32% no EaD. Os números também mostram que houve uma evolução contínua e ascendente da quantidade de ingressantes no ensino superior nos últimos dez anos, exceto em 2020, quando o número de ingressantes em licenciaturas foi menor do que em 2019 (passou de 731.682 para 695.790).
(Fonte: Censo da Educação Superior de 2020, Inep)
“A formação inicial de professores na modalidade EaD, que deveria ser uma exceção, se tornou a principal estratégia de formação docente no país, o que é extremamente grave. Formar professor é coisa séria. Precisa de tempo, de discussões aprofundadas sobre a docência, de vivência nas escolas, de simulações de situações reais de sala de aula”, explica, em nota, Gabriel Corrêa, líder de políticas educacionais do Todos Pela Educação. O especialista lembra que a modalidade de ensino a distância vai na contramão do que as pesquisas e boas experiências educacionais mundo afora indicam ser o mais adequado.
“O Ministério da Educação precisa melhorar os processos regulatórios e a avaliação que faz dos cursos. Não podemos ter essa proliferação de cursos, sem clareza sobre a qualidade da formação inicial que vem sendo ofertada para os nossos futuros professores”
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