O concurso é voltado para alunos de escolas públicas de todo o país, e receberá poemas, crônicas, artigos e documentários
O tema deste ano da Olimpíada de Língua Portuguesa é "O lugar onde vivo", para incentivar as crianças e jovens a estreitar vínculos com o território onde moram a partir de histórias contadas com suas próprias palavras. Saiba mais.
Estudantes de todo o Brasil, do quinto ano do Ensino Fundamental até o terceiro ano do Ensino Médio, podem enviar seus textos para a 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, iniciativa do Ministério da Educação e Itaú Social.
As categorias são poema (quinto ano do Ensino Fundamental), memória literária (sexto e sétimo ano), crônica (oitavo e novo ano), documentário (primeiro e segundo ano do Ensino Médio) e artigo de opinião (terceiro ano do Ensino Médio). Em 2018, 5 milhões de estudantes de 87% dos municípios brasileiros participaram da Olimpíada.
O tema desde ano é “O lugar onde vivo”, para incentivar as crianças e jovens a estreitar vínculos com o território onde moram a partir de histórias contadas com suas próprias palavras. Com coordenação do CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), a Olimpíada faz parte do Programa Escrevendo o Futuro. O objetivo do projeto é contribuir para a melhoria da aprendizagem da leitura e escrita em escolas públicas.
A homenageada desta edição é a escritora mineira Conceição Evaristo, que esteve presente no lançamento do concurso, nesta quarta-feira, 19, em São Paulo.
“Ler e escrever são direitos de cidadania”, afirma a escritora.
Em sua fala no evento, Conceição Evaristo ressalta o papel da escrita e da leitura não só como uma ferramenta de inserção social e direitos, mas também como um caminho para que cada estudante se aproprie de sua própria história. Para a autora, essa possibilidade de escrever e reescrever narrativas pode ser uma forma de reparar a historicamente construída invisibilização de populações marginalizadas.
Por isso, o tema do evento convida crianças e jovens para observar o território de uma perspectiva física, afetiva, social e identitária.
“A Olimpíada de Língua Portuguesa dá a oportunidade de professores trabalharem essas histórias locais que fazem sentido para o sujeito, para ele entender que a história dele vale a pena ser contada e escrita”, disse a autora. “Um dos elementos que pode bloquear a escrita é a falta de leitura”
“A leitura provoca. Não só a leitura do texto escrito, mas a leitura que fazemos do rosto das pessoas, dos gestos, dos espaços físicos, da memória”
“Por isso, tenho dito para as classes populares, oriundas das culturas indígenas e africanas, que nós trazemos um cabedal de memória que é construído através da palavra”, afirma Evaristo.
Para se inspirar, assista à websérie “Meu lugar tem histórias”. No filme, a escritora entrelaça sua trajetória pessoal com histórias de estudante e professores, reforçando a importância social e afetiva da escrita e da leitura.