Recebendo pessoas, conhecendo e escutando a floresta, ouvindo histórias e o canto dos pássaros: em “O som do Rio”, Maria Gadú e Val Munduruku convidam o espectador a conhecer a cultura, encantos, curiosidades, histórias e desafios que cercam o Rio Tapajós, no Pará. Com direção de Carol Quintanilha e produção da Maria Farinha Filmes, o primeiro de quatro episódios foi lançado nesta terça-feira (14), no YouTube.
Thelma Assis (médica e influenciadora digital), Vítor diCastro (ator e influenciador digital) e Lenine (cantor e compositor) são os convidados que embarcam em uma trajetória de conhecimento e transformação pela floresta. A série também conta com intervenções do apresentador Felipe Castanhari, explicando conceitos voltados à preservação da floresta e sobre a crise climática.
Além de evidenciar a riqueza das histórias indígenas que constroem o Alto Tapajós, “O som do rio” chega com denúncias: a região enfrenta problemas que passam pelo perigo do garimpo, pela contaminação dos rios pelo mercúrio e pela falta de políticas públicas que cuidem integralmente dos povos indígenas. Para Val Munduruku, a preocupação ultrapassa o período de produção da série, visto que quem habita o território continua lá após o retrato audiovisual. Também são debatidas as movimentações contra o Marco Temporal, cujas principais vítimas são as crianças indígenas.
“A gente que vive lá sabe o quanto é preocupante o cenário e pode mexer muito com quem vai ficar lá no local. Qual vai ser o processo daqui pra frente, que olhar a gente vai receber?”
Para a diretora Carol Quintanilha, “O som do rio” é sobre uma esperança que vai além de um looping de denúncias. “Precisamos resgatar vários conceitos para poder sobreviver nesse planeta e nos entender como brasileiros. Resgatar a ancestralidade é uma solução não só para o meio ambiente, mas cultural, de bem-estar e de bem-viver”, conta.
A gente tem que ser como o rio: não há empecilho no mundo que o faça sair do seu percurso
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