‘Não dá para emagrecer a criança sem a família’, diz médico

O cardiologista Túlio Sperb explica que é preciso que toda a família se una em torno de uma vida mais saudável, com menos sedentarismo

Da redação Publicado em 26.10.2017
Mãe e filha andando de bicicleta lado a lado

Resumo

Problemas cardíacos, princípio de diabetes e hipertensão: problemas de saúde não mais restritos à vida adulta e cada vez mais comuns em crianças.

Problemas cardíacos, princípio de diabetes e hipertensão: problemas de saúde não mais restritos à vida adulta e cada vez mais comuns em crianças e jovens. A causa? Obesidade infantil.

Os dados relacionados à obesidade na infância são alarmantes: segundo levantamento realizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 1975, 11 milhões de crianças e jovens entre 5 e 19 anos eram considerados obesos. Em 2016, o número chegou a 124 milhões.

Mundialmente, gestores públicos, profissionais de saúde, famílias e marcas como a Amil unem forças para combater a doença.

“As placas de gordura nas artérias começam a se formar na infância, mas as consequências vão aparecer na vida adulta. Além de uma maior probabilidade de emagrecer na vida adulta, essas crianças terão uma maior predisposição de ter problemas cardíacos”, explicou o cardiologista Túlio Sperb.

O cardiologista é categórico ao afirmar que, para combater a obesidade na infância, é preciso que toda a família apoie a criança, e se una em torno de uma vida com hábitos alimentares mais saudáveis e com menos sedentarismo.

Isso porque, embora existam genes associados à obesidade, que predispõem o indivíduo a se tornar obeso, há, também, a questão dos ambientes obesogênicos.

“São ambientes onde a família não tem hábitos saudáveis de vida: pouco estímulo ao exercício físico, excesso de açúcar, carboidratos na alimentação”, pontuou.

O diagnóstico de uma doença como a obesidade infantil nem sempre é uma tarefa simples para as famílias. Por isso, lançar um olhar atendo à rotina e à alimentação dentro de casa, é muito importante.

Em caso de dúvida, o melhor caminho é sempre consultar um profissional especializado, que, a partir da análise da curva de crescimento da criança, e também de informações relativas aos hábitos da família, poderá definir se, de fato, essa criança precisa emagrecer.

Túlio faz parte da equipe de um programa chamado 5S Kids. Trata-se de um método de emagrecimento direcionado especialmente para crianças entre 5 e 13 anos. O envolvimento da família no esforço de emagrecimento da criança é um dos pilares do programa.

“Tratar a criança, mas trazer a família junto. Esse pai e essa mãe tem que estar totalmente engajados: oferecer comida de verdade, estimular a atividade física”, contou.

Transformar a rotina em um dia a dia mais ativo e conectado com práticas saudáveis às vezes pode parecer um desafio para muitas famílias. Passeios ao ar livre e momentos de preparo da refeição em família são possibilidades. Inspire-se com o vídeo da Amil Amores Reais:

Daniela Salgado, que é fisioterapeuta, passou pelo processo do 5S com seu filho, um menino de 10 anos. Ela conta que Felipe, seu filho, junto com sua família, passou por uma grande mudança de hábitos, para se tornar uma criança mais saudável.

Em alguns meses, Felipe, que pesada 69,4kg, perdeu 15 quilos, chegando aos 54,4kg. A gordura visceral do menino (a mais perigosa para a saúde, que pode causar diversas doenças como a diabetes) diminuiu de 14% para 6%, numa escala em que o máximo aceitável é 9%. Já a pressão arterial passou de 14 por 9 para 9 por 7 ao final do tratamento.

Mas, de acordo com ela, as mudanças na aparência e no quadro clínico de Felipe não foram as únicas, e nem as mais significativas: “O humor, a autoestima e o desempenho escolar melhoraram. É preciso dedicação e muita participação dos pais, mas vale muito a pena”, disse.

Há também outros recursos para famílias com crianças obesas sem condições para recorrer a tratamentos pagos. O Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas, por exemplo, possui um ambulatório especializado no atendimento de crianças com obesidade.

*Este conteúdo foi produzido pelo Catraquinha em outubro de 2017, em parceria com a Amil. Em maio de 2018, o Catraquinha migrou para o Lunetas

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