Pensando na superação de situações de perda, o projeto é a primeira ação do movimento #sempresssapraviver, criado pelo publicitário Irineu Villanoeva
“O dia em que passarinho não cantou”: um curta-metragem em animação para ajudar a falar com as crianças sobre mortes, luto e outras situações de perda. O projeto é a primeira ação do movimento #sempresssapraviver, iniciado pelo publicitário Irineu Villanoeva Junior.
Dizer adeus e olhar o fim apenas como mais um capítulo da vida. Quando se perde uma pessoa amada, no entanto, enfrentar o luto e abordá-lo com crianças pode se tornar um processo delicado. Ainda mais em famílias que precisam responder aos questionamentos e lidar com suas emoções. Pensando nisso, após perder o pai e o sobrinho, em 2015, o publicitário Irineu Villanoeva Junior iniciou o movimento #sempressapraviver, com o objetivo de abrir um diálogo sobre a morte.
O primeiro passo foi estudar e se aprofundar no tema, tarefa que contou com o auxílio das psicólogas Valeria Tinoco e Luciana Mazorra, autoras do livro infantil “O dia em que passarinho não cantou”. A partir daí, surgiu a primeira ação do movimento, que foi transformar a obra das autoras em curta-metragem em animação para ajudar pais, educadores e psicoterapeutas a falarem com crianças sobre o luto.
“Não se deve esconder nem limitar informações sobre a morte para a criança e ela também não deve ser explicada por meio de metáforas, como a famosa ‘virou estrelinha’. A criança deve ser preparada para este aspecto da vida, para que possa adquirir as competências necessárias à superação dos sentimentos de perda e luto futuros”, opina Irineu.
“Ela deve ser preparada para este aspecto da vida, para que possa adquirir as competências necessárias à superação dos sentimentos de perda e luto futuros”
Mas nem sempre é fácil traduzir a perda em palavras e ações de confiança. Os próprios adultos lidam com sentimentos como tristeza, raiva, culpa, ansiedade e muitas vezes tentam poupar as crianças do sofrimento. Mas, de acordo com especialistas no tema, as crianças têm capacidade para compreender e não devem ser excluídas da vivência coletiva do luto.
Para a psicóloga e coordenadora do Centro de Psicologia Maiêutica, Ana Lúcia Naletto, lidar com o luto junto com as crianças é trabalhar a compreensão sobre finitude. “Assim como se educa um filho para viver em sociedade, ensinando que é preciso pedir desculpas ou pegar uma fila, também existe o ensino para a morte”, afirma.
Segundo ela, as crianças não devem ser afastadas dos rituais relacionados à morte, para que elas comecem a entender desde cedo que as coisas terminam. O Lunetas produziu uma reportagem especial sobre esse assunto, em que famílias e profissionais falam sobre luto em diferentes contextos e dão dicas de como levar a conversa com as crianças sem traumas.
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“O dia em que o passarinho não cantou”
O livro trata sobre a perda de um animal de estimação, experiência comum para a criança, que provoca muito sofrimento e a coloca em contato com a questão da morte, podendo levar ao questionamento de outras situações de perda e luto. A obra busca conversar com os pequenos sobre esse tema considerado tão difícil para as famílias. (Fonte: Editora Livro Pleno)