A literatura pode ser uma grande aliada ao ensinar os pequenos a se protegerem e a prevenirem violências na infância
Ensinar os pequenos a se protegerem de abusos é uma tarefa urgente. Para ajudar, a literatura se mostra uma grande aliada, uma vez que o universo lúdico da leitura facilita o entendimento mesmo de questões complexas.
De acordo com levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Unicef, aproximadamente 100 crianças e adolescentes são violentadas sexualmente por dia no Brasil. Apesar de alarmante, o número é incerto, visto que subnotificações são frequentes.
Além da negligência de terceiros em relação às denúncias, muitos pequenos não sabem que estão passando por uma situação de abuso – a dificuldade em verbalizar a violência, seja por medo, falta de confiança em adultos responsáveis ou por desconhecimento do próprio corpo são alguns dos fatores que podem dificultar que a criança exponha sua situação. Além do papel da educação sexual, falar sobre gênero também é importante, considerando que cerca de 80% dos casos de violência sexual acontecem entre as meninas, segundo o estudo.
Diante dessa triste realidade, como ensinar as crianças a se protegerem de abuso sexual? Como acolher crianças vítimas de violência? A literatura pode ser uma grande aliada nessas situações ao auxiliar no entendimento mesmo de questões complexas.
O Lunetas selecionou sete obras voltadas à prevenção de abuso sexual na infância que combinam informação e entretenimento na medida certa para proteger e salvar nossas crianças.
Confira a lista:
Conheça a história de Estrela, uma gata alegre e brincalhona. Tudo corre bem até que Lupi Lantra, a raposa amiga de seu pai, ganha a amizade da gata e de seus irmãos, e uma série de abusos e ameaças se iniciam. A obra é enfática em refletir a realidade dos abusos voltados a crianças no Brasil: 90% das vezes ocorrem dentro de casa, seja por familiares, amigos e/ou conhecidos.
Somos transportados ao fundo do mar e apresentados à Leila, uma baleia que desiste de nadar devido aos abusos sofridos pelo Barão. Contra sua vontade, o abusador a beija, corta seus cabelos e sussurra coisas inapropriadas em seus ouvidos. O ciclo de abusos só se encerra com a ajuda de seus amigos, dando fim às ameaças.
O livro nos apresenta à simpática coelha Ritoca. O encontro com um tio aparentemente gentil e sorridente acaba se revelando um pesadelo, do qual Ritoca e seus amigos, felizmente, conseguem escapar por terem informações adequadas de como identificar abusos. “Se for de um jeito suspeito, ninguém deve tocar na gente!”, ela logo reconhece. A obra é uma forma de oferecer segurança e informação às crianças sem perder a mágica da literatura.
Antônio é uma criança que adora brincar e correr. Seu grande sonho é ser mágico e saber voar, sem limites para a imaginação. Com tudo para ser um menino feliz, vê seus caminhos atravessados pela Mão, que ameaça fazer mal para pessoas importantes da sua vida. O autor conta, em nota, que apesar de narrar a história de abusos, “busca a perspectiva de um final feliz, para que as crianças vejam que existe um caminho”.
De forma simples e descomplicada, o livro ensina a diferenciar toques de amor de toques abusivos, apontando caminhos para diálogo e proteção. A obra também contém atividades interativas, para desenvolver conceitos sobre o tema e promover reflexão junto das crianças.
Que diferenças existem entre uma mão carinhosa e uma mão abusadora? Para auxiliar as crianças na missão de diferenciar carinho de assédio, o livro busca trazer caminhos para iniciar a conversa entre os pequenos, responsáveis e educadores.
Adriana é uma menina triste que tem um segredo segredíssimo. A sorte dela é que Alice, sua amiga, é muito esperta! Ao saber do segredo, dá a Adriana um conselho “conselhíssimo”. Adriana segue o conselho e sua vida se transforma. O livro é uma maneira sutil de abordar abuso sexual com os pequenos, além de contar com materiais para as crianças testarem sua compreensão sobre o tema.
* As descrições sobre cada livro foram elaboradas a partir de material disponibilizado pelas próprias editoras.
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