‘Leia para uma criança’ entregará 3,6 milhões de livros gratuitos

"O Tupi que você fala" e "Leo e a baleia" são os livros que serão enviados este ano. Para receber em casa, é só se cadastrar gratuitamente pelo site da campanha

Da redação Publicado em 09.10.2019
Imagem de um menino apoiado em uma mesa com a cabeça em cima dos braços lendo um livro
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Resumo

A campanha Leia para uma criança envia um kit de livros gratuitos todos os anos. Em 2019, "O Tupi que você fala", de Cláudio Fragata, e "Leo e a Baleia", de Benji Davies, são as obras escolhidas.

A campanha “Leia para uma criança”, da Fundação Itaú Social, já abriu a temporada 2019 de cadastro para recebimento de livros gratuitos. Este ano, serão enviados 3,6 milhões de livros para quem fizer o pedido pelo site. Além disso, de acordo com o projeto, serão enviados 600 mil kits para crianças matriculadas da rede pública de municípios de alta vulnerabilidade, sobretudo das regiões Norte e Nordeste.

Qualquer pessoa – de qualquer localização do país – pode solicitar os livros, basta realizar um cadastro no site do projeto, informando nome completo, CPF, endereço completo, idade da criança com quem vai ler os livros e qual vínculo possui com elas. Depois disso, os livros serão enviados pelo correio para o endereço indicado, sem nenhum custo.

Novidades do “Leia para uma criança”

Este ano, as obras selecionadas são “O tupi que você fala”, do escritor Cláudio Fragata,  com ilustrações de Mauricio Negro, e “Leo e a baleia”, do autor inglês Benji Davies. Os livros foram publicados originalmente pelas editoras Globinho (2015) e Paz & Terra (2014), e recebem agora uma versão exclusiva para o “Leia para uma criança”, com fins de democratizar o acesso à literatura. A escolha foi feita a partir de um edital da Fundação Itaú Social, que avalia uma série de critérios, como adequação ao público leitor, qualidade literária, esmero estético, e interação com as crianças. Além disso, as obras passam também por uma curadoria de especialistas em literatura infantil, Organizações da Sociedade Civil, Secretarias de Educação, Cultura e Assistência Social,

Criada em 2010, a campanha já distribuiu até hoje mais de 54 milhões de livros para a infância em todo o país. Apesar de receber pedidos de diferentes regiões e classes sociais, este ano, a iniciativa reforça o objetivo de dar acesso a crianças cujas famílias que não possuem condições de adquirir livros por conta própria. O vídeo institucional do projeto recria a história de vida de Thompson Vitor, filho da catadora de lixo Rosângela Marinho, moradores de Paço da Pátria, zona leste de Natal. Enquanto buscava os materiais que ajudavam no sustento familiar, Rosângela também buscava por livros descartados, os levava para casa e lia as histórias para seus filhos.

O (não) acesso à leitura
O panorama da leitura no Brasil reforça que o acesso a livros ainda é um direito de poucos. O fator cultural aparece em segundo lugar na lista de motivações para chegar aos livros, porém, à maioria da população não é oferecida a oportunidade de ter contato com a leitura na primeira infância, o que muitas vezes pode se desdobrar na vida adulta em um comportamento não leitor e no desinteresse pelo ato de ler. O cenário representa uma mazela social do país e reforça a importância de políticas públicas de incentivo à leitura e formação de leitores, sobretudo nos primeiros anos de vida.

Segundo a última edição da pesquisa Retratos da Leitura, de 2016, realizada pelo Instituto Pró-livro, a média de leitura do brasileiro é de 2,43 livros por ano. Dentre as principais motivações que impulsionam os leitores brasileiros estão: gosto pela leitura (25%), atualização cultural (19%), distração/entretenimento (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%) e atualização profissional/exigência do trabalho (7%).

Conheça os livros da coleção 2019

“Léo e a Baleia” – Benji Davies (texto e ilustrações) e Marília Garcia (tradução) (Globinho)

Capa do livro Léo e a Baleia" Benji Davies (texto e ilustrações) e Marília Garcia (tradução), imagem de um mar com uma baleia na areia e um menino

Leo e seu pai vivem em uma casa perto do mar. Todos os dias o pai de Leo sai cedo para trabalhar como pescador, e o menino passa o dia na companhia de seus gatinhos. Certa manhã, após uma forte tempestade, Leo encontra uma baleia na areia da praia e a leva para casa, pensando em ter uma companhia para ouvir suas histórias (a baleia é ótima ouvinte). Ele tenta manter a nova amiga em segredo, mas o plano não dura muito tempo, porque seu pai a encontra escondida na banheira. O gesto de Leo muda a vida dos dois, que se unem para levar a baleia de volta para o mar. Uma emocionante história sobre amizade.

“O Tupi que você fala” – Cláudio Fragata (texto) e Mauricio Negro (ilustrações) (Paz & Terra)

Capa do livro O Tupi que você fala", de Cláudio Fragata (texto) e Mauricio Negro (ilustrações), imagem de um indígena

O livro apresenta às crianças o lado curumim de cada um de nós, ao revelar a influência indígena nas palavras que usamos em nosso dia a dia – Guri, pipoca, saci, guaraná, abacaxi, entre outras. As palavras de origem indígena fazem parte do nosso cotidiano, e com o livro as crianças descobrirão que vários alimentos, animais e plantas têm nomes dados pelos índios, de forma divertida e aguçando a curiosidade dos pequenos a descobrir a origem das palavras.

Não conseguiu pedir seus livros?

Os 3,6 milhões de livros distribuídos pelo “Leia para uma criança” deste ano esgotaram em tempo recorde – dois dias. Mas, para quem não conseguiu aproveitar a oportunidade a tempo, o site euleioparaumacriança.com.br oferece um acervo de livros digitais infantis também gratuitos.

Dentre os títulos, estão “Malala, a menina que queria ir para a escola”, de Adriana Carranca, “Pode ser”, de Adriana Falcão, “Azizi, o menino viajante, de Conceição Evaristo, “O sétimo gato”, de Luís Fernando Veríssimo, “O menino e o foguete”, escrito por Marcelo Rubens Paiva, e “A bicicleta voadora”, de autora do cronista Antonio Prata, entre muitos outros.

*Edição feita no dia 10 de outubro

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