Jovens criam ecopontos para coleta de lixo eletrônico na escola

Um dos alunos comentou que havia visto uma televisão junto com o lixo comum na rua de sua casa. Surgiu assim a ideia para o "E–Descarte"

Mayara Penina Publicado em 04.02.2016
Foto em preto e branco. Uma pilha de computadores velhos no canto de uma sala

Resumo

Os alunos estão dialogando com o poder público para que um ecoponto seja instalado na cidade.

O uso excessivo de aparelhos eletrônicos chamou a atenção dos estudantes, pais e educadores da Escola de Educação Básica Ana Machado Dal Toé, em Morro Grande (SC). Em conversas informais sobre o assunto, o grupo começou a refletir sobre como esse tipo de objeto era descartado. Um dos alunos comentou que havia visto uma televisão junto com o lixo comum na rua de sua casa. Os colegas também citaram exemplos de materiais cujo descarte julgavam ser feito de maneira inadequada, como celulares, lâmpadas e baterias.

Motivado a compreender melhor a situação, Endreo Tramontin, do 3º ano do ensino médio,  começou a pesquisar na internet as formas adequadas de fazer o descarte dos eletrônicos. O jovem acabou descobrindo que nos municípios vizinhos havia empresas que coletavam esses materiais. Daí surgiu a dúvida: como chegar até essas empresas? Foi então, que teve a ideia de conversar com a direção de sua escola e juntos decidiram entrar em contato com elas. André Fenali e João Victor Crepaldi, ambos do 3º ano do ensino médio, ficaram tão animados com a ideia do amigo Endreo, que resolveram abraçar o projeto, que foi batizado de “E – Descarte”.

Feito este contato, uma empresa se dispôs a fazer o recolhimento dos materiais, desde que o mesmo fosse reunido em algum local.  O grupo de  garotos, propôs à direção que fosse criado na escola um ecoponto para reunir esse tipo de lixo da comunidade. A ideia foi aceita com entusiasmo. Uma outra escola de Morro Grande também decidiu colaborar, e a coleta passou a ser feita nessas duas instituições.

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Divulgação

Jovens criam projeto de instalação de ecopontos para coleta de lixo eletrônico em seu município.

Para mobilizar os colegas de escola e a vizinhança, os alunos fizeram chamadas na rádio do colégio, palestras em outras escolas, panfletos para os moradores e deram uma entrevista para um jornal local. Em seguida, acertaram com a empresa como seriam feitos os recolhimentos. As coletas começaram e os benefícios vieram. “Contribuímos para preservar a fauna e a flora da nossa cidade, que também ficou mais limpa e livre desses resíduos prejudiciais”, conta Endreo.

No entanto, os alunos não se contentaram com essa primeira vitória: sabiam que era preciso resolver o problema da cidade toda. Por isso, decidiram se reunir com o prefeito de Morro Grande, que gostou da iniciativa e se dispôs a apoiá-los. Diante da ideia dos meninos, o prefeito sugeriu que apresentassem o pleito na Câmara de Vereadores, para que um projeto de lei sobre o tema fosse apresentado – e assim fizeram.

O grupo concluiu o ensino médio em 2015, mas garante que as ações não vão parar.  “Mesmo estando no ensino superior, não deixaremos que o projeto seja arquivado”, afirma Endreo. “A importância do projeto se encontra principalmente na preservação da natureza e conscientização dos cidadãos”, completa.

Os estudantes ainda não conseguiram a aprovação da lei, mas estão empenhados e seguem dialogando com o poder público.

Com informações do projeto Criativos da Escola.

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