Com a pandemia do novo coronavírus, fomos todos convocados a nos isolar dentro de nossas casas. Em Fio da meada, a partir dessa realidade e de uma valorização de memórias e estados de infância, duas artistas e educadoras constroem narrativas corporais que se relacionam e ressignificam o que há de cotidiano e familiar no ambiente da casa, explorando seu potencial lúdico e poético.
Sabrina Costa Barros e Edilene Aparecida Ferreira produziram o vídeo com a técnica de stop-motion, usando seus próprios celulares e um aplicativo para a captação. No processo de pós-produção, contaram com a orientação artística da equipe da jornada Infâncias plurais]. Segundo elas, “pensar na relação entre a forma e o conteúdo e realizar todas as etapas de produção foi bastante desafiador, cheio de testes e estudos”.
Sua participação na jornada se deu no intuito de valorizar a troca plural entre pessoas, profissionais, territórios, projetos e linguagens. Segundo as autoras, que já pesquisavam juntas o trabalho artístico, pedagógico e cultural para as infâncias, o Infâncias plurais chegou na hora certa como uma possibilidade de irem mais longe nesse caminho, com o suporte, a orientação e a inspiração de profissionais de referência.
Sabrina revela, aliás, que o tema faz parte de sua vida desde a licenciatura em dança, quando começou a observar as crianças para relembrar “aquele mesmo prazer pelo movimento, o desejo de expressão e a disponibilidade corporal para a vida” que tinha na infância e que a levou a traçar o seu percurso na área artística. Edilene também trabalha com a promoção de “encontros que considerem o brincar, as expressões singulares de cada criança e o seu protagonismo”.
A ideia das autoras é que o vídeo possa transmitir a mensagem de que a casa pode ser um brinquedo, de que “a imaginação é capaz de transpor os limites físicos das paredes que nos rodeiam e nos separam do mundo lá fora, quiçá cocriando um outro, melhor e mais amigável para todos”.