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Guia de vacinas: saiba quando as crianças devem tomar cada uma

Guia de vacinas: foto de uma menina que aponta para um curativo no braço após receber uma vacina.

A vacinação é a única forma de proteger adultos e crianças das mais variadas doenças, muitas delas gravíssimas e que podem levar à morte. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é possível imunizar as crianças com 19 tipos de vacinas diferentes, que protegem contra doenças como hepatite A e B, sarampo, febre amarela, meningites, entre outras.

O Programa Nacional de Imunizações

Um dos maiores programas de imunização do mundo é o Programa Nacional de Imunizações do Brasil (PNI), formulado em 1973, com o objetivo de controlar diversas doenças imunopreveníveis e alcançar coberturas vacinais de 100%, de forma homogênea em todos os municípios e bairros. 

Para o infectologista pediátrico Márcio Moreira, do Hospital Israelita Albert Einstein, o PNI no Brasil é indispensável: “No país tem uma população bastante significativa que não tem acesso a programas de saúde que não sejam gratuitos, então é nosso dever martelar a importância da vacina”, explica e complementa: “O nosso programa nacional é um modelo referência a nível mundial que contempla praticamente todas as vacinas existentes*.”

A queda das taxas de vacinação

A imunização é uma responsabilidade coletiva. Porém, segundo estudo do Unicef, vem sendo observada queda nas taxas de vacinação de crianças menores de cinco anos desde 2015. Dos motivos que levam as famílias a vacinarem ou não seus filhos, cinco fatores se destacam:

O Lunetas construiu um guia de vacinas para crianças com o número de doses de cada vacina, melhor idade vacinal e se a vacina é aplicada ou não pela rede pública de saúde. Confira!

De 0 a 6 anos

Na rede privada, é oferecida a vacina hexavalente (DTPa). Ela protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b, poliomielite e hepatite B.

Na rede privada, a vacina VIP está disponível apenas em apresentações combinadas com outras vacinas: DTPa-VIP/Hib e DTPa-VIP-HB/Hib (para crianças com menos de sete anos) e dTpa-VIP (para crianças a partir de três anos, adolescentes e adultos).

Na rede privada, é oferecida a vacina pneumocócica 13. As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam a vacinação infantil de rotina com quatro doses da vacina: aos dois, quatro e seis meses de vida e reforço entre 12 e 15 meses.

Na rede privada, é também oferecida a vacina VRH5, para crianças a partir de seis semanas a oito meses de vida. São três doses, com intervalo mínimo de quatro semanas, usualmente aplicadas com dois, quatro e seis meses de idade.

A partir dos 6 anos

Na rede privada, é oferecida a vacina hexavalente (DTPa). Ela protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b, poliomielite e hepatite B.

Outras vacinas

Na rede privada, a vacina está disponível o ano todo. Podem receber a vacina crianças entre seis meses e oito anos de idade (duas doses na primeira vez em que forem vacinadas, com intervalo de um mês, e revacinação anual com uma dose); e partir de nove anos, recebem a vacina anualmente.

Vacinas para crianças com deficiência

As crianças com ou sem deficiência devem seguir o calendário proposto pelo PNI. No entanto, existem condições de saúde específicas que demandam uma atenção especial. “Diabetes, doenças autoimunes, cardiopatias ou pneumopatias crônicas são algumas que se enquadram nessa categoria. Essas situações muitas vezes podem estar presentes nas crianças com deficiência”, explica Ana Cláudia Brandão, pediatra e especialista em imunologia. A Sociedade Brasileira de Imunizações publicou recentemente um documento com orientações para pacientes especiais, válido para os anos de 2022 e 2023.

“As crianças com deficiência são mais vulneráveis a doenças que podem ser prevenidas por vacinas”, observa a especialista. Isso porque algumas dessas crianças têm um sistema imunológico mais deficitário, o qual pode comprometer a resposta da vacina. Por isso, Brandão atenta para a necessidade de orientação do pediatra a fim de compreender a necessidade particular de cada criança. “Em alguns casos, pode ser indicado realizar exames que avaliem a produção de anticorpos e, algumas vezes, doses adicionais podem ser necessárias”, comenta.

Em períodos de pandemia, como no vivenciado durante a Covid-19, as crianças com deficiência devem ser priorizadas, uma vez que há uma maior vulnerabilidade a infecções. Por isso, a pediatra pontua: “É importante salientar que além de garantir a vacinação completa para bebês e crianças com deficiência, é essencial que adolescentes, adultos e idosos com deficiência também tenham tomado todas as vacinas indicadas.”

Calendário vacinal para síndrome de Down

As crianças com síndrome de Down estão mais vulneráveis a infecções respiratórias, de origem viral ou bacteriana. Dessa forma, há a necessidade de seguir o PNI e também estar atento a certas particularidades do calendário vacinal. Nele, estão as vacinas para infecções por bactérias capsuladas, como no caso do pneumococo. Essa bactéria está relacionada a doenças como pneumonias e otite, que podem ser recorrentes em crianças com síndrome de Down. Nesse caso, o calendário de vacinação deve incluir:

Palivizumabe e a prevenção de infecções respiratórias

Esse medicamento previne contra o vírus sincicial respiratório (VSR), um dos causadores da bronquiolite. É recomendada para crianças com síndrome de Down que nasceram prematuras ou com cardiopatias. Embora não seja uma vacina, esse anticorpo tem função de prevenção e é ministrado via intramuscular, uma vez por mês, nos meses de maior circulação do vírus, entre as estações do outono e inverno.

Caso a criança apresente outras condições genéticas, torna-se primordial compreender as especificidades, como a presença de desregulação imune ou cardiopatias. Por isso, é importante realizar o acompanhamento frequente com o pediatra. Brandão ressalta a relevância das campanhas de vacinação, em especial para esse público: “É fundamental manter todas as vacinas em dia para que as crianças com deficiência estejam protegidas, com as vacinas orientadas para suas faixas etárias.”

*O PNI oferece todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
**Guia elaborado com dados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Imunizações.

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