Na chamada educação 5.0, tecnologias serão capazes de aceleração o desempenho do cérebro para o aprendizado. Quais os limites éticos desse uso?
Na chamada educação 5.0, tecnologias serão capazes de aceleração o desempenho do cérebro para o aprendizado. É o que aponta a mais recente pesquisa da organização americana KnowledgeWorks sobre o futuro da educação.
Em um mundo cada vez mais marcado pelo avanço da tecnologia aplicada às mais diversas áreas, não é novidade que também a educação seja afetada pela evolução das máquinas. Para estudar essa relação entre educação e neurociência e mapear um futuro provável na forma como os indivíduos aprendem, a organização americana sem fins lucrativos KnowledgeWorks, de Ohio, reuniu especialistas do segmento de tecnologia para fazer uma projeção de como será o futuro da educação nos próximos dez anos.
Apesar de contemplar a educação de forma geral e não focalizar em um nível de ensino, o estudo provoca a pensar qual atenção os países têm dado para o impacto das transformações tecnológicas no ensino e aprendizado. Ele levanta uma reflexão sobre as formas de aprendizagem praticadas hoje com as crianças e jovens que representam os futuros sujeitos que atuarão no mundo.
A pesquisa, disponível em inglês, se chama “Navigating the future of learning: forecasta 5.0″ (“Navegando pelo futuro da aprendizagem: uma previsão 5.0”) e oferece também subsídios para que educadores e gestores de educação reflitam sobre quais ações podem traçar, levando em conta como a sala de aula será vista daqui a menos de uma década.
Muito se fala do esgotamento da escola tradicional, e o estudo americano reforça essa realidade. Para isso, traz para a reflexão a urgência de colocar em prática estratégias educativas mais focadas naquilo que os jovens buscam e que a própria sociedade demanda.
De acordo com o texto da pesquisa, a nova era da chamada “educação 5.0” “pode exacerbar o atual desalinhamento ou inspirar novas estruturas de como vivemos, trabalhamos e aprendemos”. Ou seja, trata-se de pensar sobre como as futuras transformações sociais e culturais vão afetar a escola e o estudante nos próximos anos.
Segundo o estudo, as atuais contradições da educação como ela é praticada nos dias de hoje na maior parte do ensino formal ficarão ainda mais evidentes. Isso trará duas possibilidades: acentuar equívocos já conhecidos ou a de aproveitar a oportunidade para agir em prol de novas possibilidades de existirmos como sujeitos de aprender e ensinar.
Nesse sentido, a pesquisa identifica cinco fatores que serão responsáveis por promover transformações significativas na educação. São eles:
Dentre eles, destaca-se o uso das tecnologias na neurociência, ou seja, como usar os avanços tecnológicos para melhor o desempenho do cérebro. Segundo o estudo americano, o efeito disso seria semelhante ao que ocorre com medicações que promovem incrementar o desenvolvimento cognitivo, como remédios para concentração e foco, por exemplo, muito utilizados por estudantes de grandes universidades dos Estados Unidos, conforme exibido no documentário “Take Your Pills” – Receita para a perfeição”, disponível na Netflix.
As consequências das tecnologias na ciência são bastante controversas, uma vez que não somente levantam reflexões sobre o que se considera desempenho da educação em sociedades modernas. Mas também criariam uma diferenciação entre estudantes ricos e desfavorecidos, já que apenas alunos com maior poder aquisitivo poderiam ter acesso às tecnologias. Antes disso, é preciso que educadores e professores considerem os limites éticos para o uso desses aplicativos na educação.
Assim, a conclusão a que o estudo nos leva a ter é que é preciso ficar atento a novas formas de aprendizado que o futuro promete, e qual o papel de cada instituição escolar, professor e pessoa física para responder criticamente a cada nova possibilidade de ditar o ritmo de aprendizado e ensino.
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