Na Escola Municipal de Educação Infantil Nelson Mandela, na zona norte de São Paulo, cada sala de aula leva o nome de uma personalidade negra brasileira
Quer se inspirar com uma iniciativa de educação antirracista? Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara e Elza Soares são algumas das mulheres negras homenageadas pelas salas de aula da EMEI Nelson Mandela, em São Paulo.
Na entrada de uma Escola Municipal de Educação Infantil de São Paulo, a EMEI Nelson Mandela, as crianças são recebidas com a mensagem “sou brasileiro com muito orgulho”, em um cartaz com papéis coloridos e motivos tropicais característicos da mata do nosso país. Localizada no bairro do Limão, zona norte de São Paulo, a instituição vem se consolidando como um exemplo bem-sucedido de pedagogia propositiva e humanista. Assim, contribui com sua função em oferecer uma educação antirracista e a favor da pluralidade de protagonismos.
Com cozinha aberta, horta comunitária, redário para hora da leitura e até mesmo um foguete no meio do refeitório, a escola agora inova ao colocar a história negra feminina no centro da atenção dos estudantes. Em 2019, todas as salas de aula da Nelson Mandela ganharam nomes de mulheres negras. O Lunetas esteve por lá, acompanhando o primeiro dia de aula deste ano letivo para uma fotorreportagem que você pode conferir aqui.
Vimos de perto a potência que é uma criança de quatro a seis anos dizer de boca cheia “vou estudar na Elza Soares”. É o caso da pequena Naima Bentia, filha da nossa colunista Luciana Bento, que é aluna da escola.
Socióloga e livreira ativista do movimento negro, Luciana conta que ela mesma teve contato recentemente com a biografia da cantora e sua luta antirracista e feminista. “Me encantei pela resiliência e pela capacidade de autotransformação dessa mulher, que está muito longe de ser uma santa, mas com seus erros e acertos tem uma história de vida incrível”, compartilhou.
“Que orgulho saber que minha pequena já na primeira infância, vai conhecer um pouco da história uma mulher que talvez tenha muita coisa a ver com ela”
“Mesmo com a distância de 80 anos entre as duas, que a história de Elza possa apontar caminhos para minha pequena em sua própria jornada”, escreveu Luciana em seu Instagram, reforçando a importância de apresentar referenciais positivos para as crianças desenvolverem sua identidade com autoconfiança.
Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Elza Soares e outras personalidades negras femininas que marcaram a História do Brasil ganharam uma espécie de estandartes que enfeitam a entrada de cada sala de aula. A educação antirracista é um lugar de importância para a identidade cultural do país que incentiva as crianças desde cedo a se apropriarem de narrativas possíveis de transformação social.
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