Desenvolvimento infantil: do que brincar em cada idade?

Conhecer sobre o desenvolvimento infantil pode ajudar a criar oportunidades das crianças se envolverem nas propostas a partir de suas reais necessidades

Mamusca Publicado em 12.06.2018
Bebês sentados brincando

Resumo

Desde o nascimento, até de um ano e meio, mais ou menos, o bebê tem um enorme prazer em saber como as coisas funcionam. E depois desta idade? Nossos parceiros do Mamusca falam sobre o brincar em cada fase do desenvolvimento infantil.

Sabemos que cada etapa do desenvolvimento infantil tem suas particularidades e especificidades. Os interesses e desinteresses das crianças nas brincadeiras vão evidenciando que elas estão crescendo. Acreditamos que conhecer um pouco mais sobre o desenvolvimento infantil pode nos ajudar a criar oportunidades das crianças se envolverem nas propostas a partir de suas reais necessidades.

Desde o nascimento, até de um ano e meio, mais ou menos, o bebê tem um enorme prazer em saber como as coisas funcionam! Tudo que ele puder observar, explorar, sentir, ouvir, cheirar, tocar, rasgar, movimentar, ou seja, perceber os efeitos que sua ação pode produzir, certamente, vai seduzi-lo e proporcionará um grande prazer e incríveis descobertas. Objetos de uso cotidiano que se transformam em brinquedos podem ser superinteressantes.

O faz de conta ou jogo simbólico começa a aparecer no final dessa fase. Os interesses mudam no momento em que o pensamento e a linguagem começam a se juntar num pensamento verbal, ou seja, quando as crianças começam a verbalizar seus pensamentos e a imaginar além do que está se mostrando no concreto. Isso, em geral, acontece com quase dois anos. Crianças nesta fase, de modo geral, se interessam em criar, inventar, dramatizar, enxergam um cavalo num cabo de vassoura, um telefone quando olham para a caneta, etc. O prazer da imaginação aparece com tudo nesta etapa. A criança aprende e se desenvolve brincando de faz-de-conta. Brincadeira que vai sendo aprimorada deste momento em diante.

Crescendo um pouco mais, em torno de três e cinco anos, as crianças começam a ter um grande prazer em não só imaginar, mas também concretizar suas ideias na construção de castelos, cidades, aviões, carros e tudo mais que conseguirem com as peças ou blocos de montar, por exemplo. Isso porque já se sentem competentes para nomear, criar e representar seus desejos por meio dos objetos. Desde tocos ou peças de madeira, caixas de diferentes tamanhos, papelão, etc. até peças de encaixe que são comercializadas.

Logo depois, com crianças de quatro a sete anos, mais ou menos, os jogos que possuem regras mais elaborados e já pré-determinadas são, muitas vezes, objetos de grande interesse. Jogos de tabuleiro e brincadeiras tradicionais são exemplo do que estamos falando. Isso acontece num momento em que as crianças já compreendem melhor as regras de funcionamento cultural e desejam aprimorar os tantos desafios que as relações sociais começam a representar, como se colocar no lugar do outro e a lidar, cada vez melhor, com seus sentimentos.

Todos estes dados são genéricos e, logicamente, bastante relativos – são apenas tentativas de aproximações das faixas etárias, mas que respeitam uma certa evolução do brincar, compatíveis às diferentes etapas do desenvolvimento infantil.

Importante também dizer que, apesar de ser uma evolução do brincar que acompanha todas as dimensões do desenvolvimento infantil (cognitiva, social-moral, afetiva-emocional, físico-motora), tudo vai acumulando e sendo uma somatória. Isso significa que uma criança de seis anos continua se interessando em explorar as funções dos objetos e ainda está completamente envolvido nas brincadeiras de faz de conta.

Se tivermos, então, que apontar características de uma brincadeira ou brinquedo ideal para qualquer faixa etária, poderíamos resumir em alguns pontos. O “bom brinquedo “é aquele que:

  • desafia as crianças;
  • desperta as mais diferentes percepções de mundo;
  • mobiliza sentimentos positivos ou negativos;
  • promove experiências significativas;
  • estimula a criatividade;
  • parece adequado a etapa do desenvolvimento da criança;

Aqui, não se sugere brinquedos caros e nem em brinquedos que estão na moda. Muito pelo contrário, o que a criança precisa pode estar no armário da cozinha ou na embalagem de presente que estava prestes a ser jogada no lixo. Diferente do adulto, a brincadeira tem um sentido real para a criança. Brincar é a vida dela. É assim que ela se insere no mundo e o compreende. Refletir sobre isso nos amplia a visão das reais necessidades das nossas crianças e no mundo que estamos oferecendo para ela.

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