Famílias compartilham ideias simples que, revividas a cada ano, ajudam a construir memórias afetivas e a reduzir o consumo exagerado
Passar momentos de qualidade com as crianças neste natal é a melhor opção para fugir do consumismo. Famílias contam ao Lunetas quais tradições dessa época do ano fazem questão de manter.
Família reunida, crianças em férias escolares, ceia de natal, comemorações de fim de ano e muitas lembranças. Em meio a uma agenda cheia de compromissos dessa época, as tradições natalinas são momentos de afeto, principalmente se compartilhadas com as crianças.
Para fugir do consumismo e da correria dos centros comerciais, algumas famílias aproveitam o tempo revivendo ideias simples como cozinhar juntos, enfeitar a casa e ouvir músicas. Foi assim com a bióloga Camila Echeli, que ainda tem as lembranças de infância vivas quando olha para sua árvore de natal. “Meu pai trazia um galho seco e minha mãe enfeitava com algodão e bolinhas vermelhas”, conta. Era, então, o momento em que ela e a irmã, que viviam em Paranavaí (PR), aproveitavam o tempo com os pais arrumando a árvore no meio da sala.
Atualmente, mãe de dois filhos, Camila faz questão de manter a tradição de ir atrás de um galho seco e tirar do baú os enfeites antigos. “Com minha primeira filha, passei também a montar a árvore desse jeito e ir comprando enfeites de pano porque tinha a ideia de reaproveitar a cada ano”. Para ela já virou um ritual: quatro semanas antes do natal, todos saem em busca do que será a árvore do ano. “Reservamos um domingo para isso. Vamos encontrar o galho, cobrir ou pintar e pegar os enfeites guardados. Minha filha tem 21 anos e o mais novo, com 8, participa cada vez mais. A ideia é criar algo com significado para celebrar o Natal, pois foi como aprendi com os meu pais.”
Repensar o consumo exagerado e até o excesso de telas nessa época do ano é uma forma de reforçar a importância de manter vivas as relações entre as pessoas. Quando pensamos em viver o fim do ano com as crianças, o melhor a se fazer é mesmo estar junto e criar memórias. Isso porque elas ficam para sempre, diferente de um presente material.
Foi o que a nutricionista Thamiris Rocha decidiu fazer em 2023 com Arthur, de 1 ano e 4 meses. Ela armou um ensaio fotográfico para registrar a alegria do filho, e acompanhar seu crescimento e como ele vai entendendo o que é o Natal. Assim, com a família reunida, Thamiris escolheu o cenário que mais ativa as suas memórias de infância: a cozinha.
“Minha mãe e eu ficávamos com a missão de levar o pavê e as rabanadas para a ceia do natal. Então, a gente sempre fazia isso juntas”, conta. “Ela gostava de cozinhar e herdei isso dela.” Foi assim que, com Arthur, a tradição de colocar a mão na massa se manteve. Já o álbum de fotos eternizou os momentos com o menino preparando biscoitos de natal e se divertindo com os pais.