Conheça a Malu, de 5 anos, que passou 3 meses visitando museus

A jornada resultou no projeto fotográfico "Malu no Museu", ideia do pai da menina, que queria incentivá-la a passar mais tempo em experiências não tecnológicas

Renata Penzani Publicado em 07.10.2016

Resumo

A jornada resultou no projeto fotográfico "Malu no Museu", ideia do pai da menina, que queria incentivá-la a passar mais tempo em experiências não tecnológicas.

Como transmitir para as crianças o gosto pela cultura? Com essa pergunta na cabeça, o fotógrafo Roberto Yoshida, de São Paulo, teve uma ideia simples e encantadora. Durante três meses, entre abril e junho de 2016, ele levou a filha Malu, de 5 anos, para visitar sete museus de diferentes expressões artísticas. O objetivo: criar um álbum de fotos da filha vivenciando seus primeiros contatos com a arte.

A jornada cultural deu origem ao projeto fotográfico “Malu no Museu”, que, indiretamente, criou na menina uma ideia de pertencimento e identificação com os museus, que deixaram de ser apenas um símbolo da memória social para fazer parte de sua memória familiar e pessoal.

Em sua trajetória de pequena exploradora, a menina visitou o Museu da Imigração, Catavento Cultural, o Masp, o Museu do Futebol, o Museu dos Transportes e até o Museu da Pesca, em Santos. Como toda criança, Malu é muito sincera e faz questão de falar sobre aquilo de que não gostou. No vídeo abaixo, ela conta sobre a experiência enquanto mostra as fotos um a uma e sentencia: “Só não gostei do Museu do Futebol, porque eu não gosto de jogar”.

“É fundamental esta aproximação sem a obrigação escolar e didática. Acredito que só o fato de ela estar nestes ambientes (que não é muito comum para as crianças, já é um ganho. A criança é muito observadora e sensível. Mesmo ela não entendendo de quem são as obras ou a exposição, terá acesso a formas, cores e texturas diferente do seu cotidiano”, explica Roberto.

O projeto aponta também para a importância de dividir experiências significativas com as crianças, e de proporcionar vivências culturais dissociadas do consumo. “Só o fato de estarmos longe de centros de consumo (shoppings, por exemplo), já é um avanço. Nos museus, podemos unir o útil ao agradável; é um programa barato e a maioria deles tem facilidade de acesso, ou seja, é bem democrático”.

Voltando à questão dos referenciais que transmitimos aos pequenos, Roberto comenta sobre o comportamento dos adultos. “É fato que gostaríamos que as crianças passassem menos tempo em tablets ou assistindo desenhos, mas como pedir isto se mal conseguimos desgrudar dos nossos smartphones?”.

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